terça-feira, 8 de maio de 2007

HISTÓRIA DA BIODANÇA

Autora: Irene Nousiainen

Bibliografia consultada - vide coluna esquerda acima

A Biodança, abordagem de facilitação do desenvolvimento humano, foi criada por Rolando Toro a partir de um movimento profundo em favor da vida.

O seu modelo teórico e metodológico vem sendo construído nos últimos quarenta anos, tendo seu marco inicial em 1965, quando se deu o início de sua sistematização por Rolando Toro.

A seguir apresento alguns dos inúmeros momentos importantes que vão tecendo a história da biodança e extraídos de diversas fontes que estão citadas na coluna ao lado deste blog.

01.01. Nascimento, sistematização e difusão da Biodança - uma história de muitas histórias.

Rolando Toro Arañeda, nasceu em 1924, em Concepción no Chile. É psicólogo, antropólogo, poeta e pintor, dentre outras muitas qualidades.

Tanto no Chile como em Buenos Aires, para onde mudou-se aos 47 anos, o trabalho de Rolando Toro esteve voltado para as artes: pintura, poesia, fotografia, dança e teatro. Sua crença na possibilidade de um paraíso compartilhado o levou a buscar a fonte do "amor original", do amor ao próximo, com a essencial compreensão de um amor que inclui a dimensão corporal ativa - a carícia.

Buscou, portanto, desenvolver suas idéias sobre a "possibilidade do contato puro com a realidade viva, por meio do movimento, do gesto e da expressão dos sentimentos", utilizando a música, enquanto linguagem universal, a dança - integrando corpo, alma e a expressão do ser, plena de sentido, de felicidade, ternura e força. Como diz o próprio Rolando: "a biodanza é um modo de convivência com a beleza...em que o contato é essencial". (Toro, 2002: 9).

Ele sempre foi um autodidata e estudioso do desenvolvimento humano e de sua expressão, característica que mantém ainda hoje, com todos os seus 82 anos. Buscou sempre vivenciar profundamente o trabalho científico, acadêmico, artístico, bem como as experiências místicas não-religiosas, essenciais para a formação de todo o seu pensamento.

Suas experiências com músicas e danças em hospitais psiquiátricos, em meados da década de 60, objetivavam a experimentação de diversas técnicas de desenvolvimento humano para uma "humanização da medicina". Essas técnicas envolviam psicoterapias de grupo, arte-terapia, psicodrama, etc.

Nessas experimentações Rolando Toro observou que alguns pacientes, no início do trabalho, entravam em transe, surgindo modelos universais de expressão relacionados às diversas emoções. Essas observações o levaram à conclusão de que, se a música é capaz de promover este estado, então ela exerce influência no psiquismo e, portanto, ela seria capaz de promover bons resultados.

Foi assim, então, que Rolando Toro pôde estruturar seu trabalho, de modo a relacionar música, movimento e situações de contato e de continente afetivo formando uma unicidade.

Rolando, então, criou algumas danças e exercícios a partir de gestos naturais do ser humano, com finalidades precisas, a fim de estimular a vitalidade, a criatividade, o erotismo, a comunicação afetiva entre as pessoas e o sentimento de pertença ao universo, à totalidade.

A pesquisa científica sobre respostas neurovegetativas demonstrou que determinados exercícios promoviam uma ação reguladora em nível visceral, dinamizando ou o sistema simpático-adrenérgico ou o parassimpático-colinérgico. Observou-se, também, que outros exercícios "estimulavam emoções específicas que produziam efeitos altamente significativos sobre a percepção de si mesmo e do próprio estilo de comunicação afetiva com as outras pessoas". (Toro, 2002: 10). A estruturação dessa concepção originou a Psicodança.

A partir de então, a Psicodança foi sendo difundida e, em 1970, Rolando foi convidado a criar a primeira disciplina de Psicodança na Pontifícia Universidade Católica do Chile, onde o mesmo ocupava a cátedra de Psicologia da Expressão no Departamento de Estética.

Nesse período, acompanhou-o na pesquisa, sua companheira Pilar Acuña, responsável por dar à Biodança um caráter poético.

Com o desenvolvimento de seus estudos sobre Psicodança, Rolando Toro se deu conta de que sua estrutura poderia encontrar seus fundamentos nas ciências que tratam da vida e chegou à conclusão de que a essência do desenvolvimento humano não está nos aspectos psicológicos, e sim, nos biológicos. Havia, também, o fato de que o termo Psicodança já era utilizada no Psicodrama, por Jaccob Moreno, seu criador, em 1913, enquanto um de seus instrumentos.

Em 1971, já em Buenos Aires, onde passou a residir, Rolando Toro aprofundou ainda meus seus trabalhos com a dança, formalizando, então, o modelo operatório constituído de dois eixos (vide figura ao final do blog).

Em 1976, a Biodança chega ao Brasil - em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo. Nessa época, Rolando Toro incorporou ao modelo teórico linhas de vivência (movimento ascendente espiralado) e apresentou os primeiros conceitos de teoria da vivência e protovivências (vide figura ao final do blog).

No Brasil, em meados da década de 70, em meio a um clima de libertação de toda repressão sexual e de expressão vivenciada em anos anteriores, a Biodança ganhou força por se apresentar como uma abordagem calma, sem produção de estresse emocional, com comunicação leve, aberta e direta, trabalhando com grupos de pessoas e utilizando a música e o movimento para a expressividade do prazer (de vida, sexual, criativo, afetivo e religioso) das pessoas, ao contrário das psicoterapias.

Em 1978/79, resultando de vivências, reflexões e discussões sobre a Psicodança, entre Rolando Toro, Cecília Luzzi - sua companheira nesta época que o ajudou a conduzir aperfeiçoamentos técnicos sutis e que desenvolveu sua aplicação em crianças - e, também, com contribuições de colaboradores mais chegados, a palavra Psicodança foi substituído por Biodança. Oficialmente, esta mudança aconteceu em março de 1979 no II Encontro de Biodança e III Assembléia Latino-Americana de Biodança, realizado em Belo Horizonte.

Esta mudança aconteceu essencialmente pela concepção diferente da Biodança sobre o ser humano, a sociedade e a vida, que parte do entendimento de que a vida é o princípio de tudo que existe. Foi uma questão mesmo de paradigma. A Biodança essencialmente rompe com a visão antropocêntrica e desintegrativa de mundo desenvolvendo uma compreensão de mundo biocêntrica: a vida não existe em função do ser humano, mas, o ser humano existe porque nele há a vida. A Biodança, segundo Rolando Toro é uma conjunção de arte, ciência e amor, conforme expressou em 1979:

"A base conceitual da Biodança provém de uma meditação sobre a vida, ou talvez do desespero, do desejo de renascer de nossos gestos despedaçados, de nossa vazia e estéril estrutura de repressão, Poderíamos dizer com certeza: da nostalgia do amor. Mais que uma ciência é uma poética do encontro humano, uma nova sensibilidade frente à existência."

A segunda metade da década de 70 e início dos anos 80, ainda fortemente marcada pela ditadura militar no Brasil, foi palco da perseguição à Biodança e a seu criador, Rolando Toro. Os Conselhos de Psicologia, principalmente da Regional Nordeste, no período de 1979 a 1984, questionaram e perseguiram a Biodança e Rolando Toro porque à época se divulgava que ele era psicólogo.

Roberto Crema, convocado por duas vezes ao CFP - Conselho Federal de Psicologia do Brasil, conseguiu esclarecer a diferença entre Psicologia e Biodança, usando argumentos sobre o Código e da Lei de Regulamentação do profissional de psicologia. À luz da lei, a Biodança jamais poderia ser confundida com a Psicologia.

Mas a luta por mercado e a disputa de poder levaram o CFP a denunciar Rolando Toro com base no Estatuto do Estrangeiro, criado pela ditadura, com a finalidade de expulsar os padres estrangeiros ligados à Teologia da Libertação por ir de encontro aos interesses da elite capitalista e do governo militar da época. Rolando foi então detido em 1982, por quatro horas, sendo solto por encontrar-se com o passaporte validado.

Em sua proposta, a Biodança radicalmente contesta toda e qualquer repressão sexual, levando os "moralistas" e "guardiões da moral" a tentarem de toda forma abortá-la. Alguns outros ainda contribuíram para estabelecer confusão quanto aos propósitos da Biodança, realizando "festinhas" como sendo sessão de Biodança - Biodança do oba-oba.

A Biodança no Brasil foi muito perseguida durante o final da década de 70 e início dos anos 80. Uma grande parte de seus facilitadores eram psicólogos e muitos sofreram ameaças dos conselhos de psicologia estaduais e do federal, inclusive de perda de diploma. Em meio a esse cenário, muitos a deixaram, chegando a quase esvaziá-la. Ainda assim, três encontros nacionais foram realizados com palestras de Rolando Toro, quando também facilitou sessões de biodança para alunos - um em São Paulo, outro em Belo Horizonte e o terceiro em Brasília.

Dado à conclusão que alguns chegaram sobre sua potência, em abril de 1980 foi definida uma estratégia inicial para a Biodança no Brasil. Hoje já existe uma estratégia mundial dado seu alcance em outros países.

Foi naquele ano que várias pessoas integraram-se à Biodança e que com ela até hoje trabalham. Dentre elas destaca-se o importante trabalho desenvolvido por Cezar Wagner, Ruth Cavalcante e de alguns didatas e facilitadores, para a sistematização e difusão da Biodança no Brasil. Ressalte-se também a forte orientação social da Biodança no Ceará devido aos ideais da Ruth, do Cezar e de outros ativistas sociais. Importante também, tem sido as atividades que vem sendo desenvolvidas por Ruth Cavalcante, uma das responsáveis pela elaboração da teoria da Educação Biocêntrica (surgiu no bojo da Biodança, a partir da visão biocêntrica de mundo, e que encontra-se em desenvolvimento) e sua difusão, inclusive por meio da academia, pós-graduando vários especialistas oriundos de quatro turmas.

Em maio de 1980 Rolando Toro, até então residente em São Paulo, de onde chegou a ir para Brasília, mas, depois retornando a São Paulo, veio para Fortaleza para desenvolver o movimento da Biodança, trazendo a Biodança ao Ceará. àquela época, alunos de Psicologia organizaram uma turma para um curso de Biodança ministrado por Rolando. Rolando, então, residiu em Fortaleza por quatro meses, tempo que realizou diversas viagens a João Pessoa, Natal, Recife, São Luiz, Salvador e Teresina, sempre acompanhado de um advogado para defendê-lo dos ataques dos conselhos de psicologia.

Em 26/05/1980, em Fortaleza, foi realizada reunião para elaboração de toda uma estratégia para o desenvolvimento da Biodança em diversas partes do Brasil, marcando o início da segunda fase da história da Biodança. Sua consolidação de fato foi viabilizada por sua proposta séria, conseqüente, profunda e organizada.

O início de sua implantação deu-se por ocasião de uma maratona de Biodança realizada por Cezar Wagner em dezembro de 1980, na cidade de Recife/PE, que marcou o início do Grupo Pernambucano de Biodança.

O primeiro e importante evento desta fase aconteceu por ocasião do Congresso de Biodança, realizado de 28/01 a 02/02/1981 em Fortaleza, sendo este, na verdade, além de IV Encontro Nacional de Biodança, também, I Congresso Nacional e I Congresso Latino-Americano de Biodança.

Nesse Congresso foram tratados diversos assuntos como: reavaliação das ações de Biodança; criação de grupos e/ou associações; programação dos encontros nordestinos; desenvolvimento sistemático da ação social; formação de facilitadores (carências, possibilidades e viabilidade que resultou na criação no ano seguinte da Escola Nordestina de Biodança). Todos os assuntos estavam relacionados à construção do movimento, à participação das pessoas, à organização, à profundidade, à preocupação científica e social, sendo tudo discutido e resolvido em grupo.

A ALAB enquanto entidade representativa, se impôs a partir de 1981, sendo sua gestão até 1985 conduzida por Rolando Toro como Presidente e por Cézar Wagner, Vice-Presidente, tendo exercido ações essenciais para a Biodança em toda a América Latina alcançar o grau de maturidade que hoje detém. Ressalte-se os períodos de 1989 a 1990, que contou com Maria Lúcia Pessoa na Presidência e com Ruth Cavalcante na Vice-Presidência responsáveis pela articulação necessária para estruturação, organização e criação das escolas de biodança e, de 1991 a 1995, com Cezar Wagner na Presidência.

Essas duas gestões resultaram na integração e expansão da Biodança com a realização de diversos eventos, publicações, sistematização da Teoria da Biodança nos Tomos de Biodança e na publicação dos Catálogos de músicas e exercícios, que levaram à unificação do programa de formação de todas as escolas de biodança.

Nesse esforço de fortalecimento e difusão da Biodança, em março de 1981, foi realizada uma aula aberta sobre Biodança, num encontro de psicoterapia, ocorrido em Recife, e para um grupo de psicólogos de João Pessoa.

Em 1982 Rolando Toro estruturou o modelo operatório e o modelos das vivências em um único modelo teórico.

Também em 1982, foi realizada em Fortaleza, uma mesa redonda sobre os diversos aspectos da Biodança da qual participaram um antropólogo, um advogado, em educador, uma psicóloga e um representante do Conselho Estadual de Psicologia, o qual acabou não tendo mais argumentações de rebate às colocações feitas sobre a Biodança.

Em 19 de outubro de 1982, foi criada, por Rolando Toro e Cezar Wagner, a primeira escola de biodança, a Escola Nordestina de Biodança - ENEB, com sede em Fortaleza. A escolha de Fortaleza deveu-se à sua eqüidistância de todas as capitais nordestinas e, também, por estarem ali, à época, polarizadas as ações de Biodança no Nordeste e de parte do Brasil.

A ENEB resultou do esforço de muitas outras pessoas engajadas no movimento: Índio (de Recife), Ruth Cavalcante, Lia Albuquerque, Sanclair, Rosário, Terezinha Façanha, dentre tantas outras. A escola congregava todos os grupos de biodança do Nordeste. De sua primeira turma formaram-se: Ruth Cavalcante (CE), Terezinha Façanha (CE), Zulmira Bonfim (CE), Gorete (PE), Orlando Rocha (PE), Mira (PE), Tereza (PE), Cláudio (PE), Sanclair (MA) e Nádia (MA).

A Escola funcionava em forma de maratonas, realizadas a cada 45 dias, com a participação de Rolando Toro e de Cezar Wagner e congregou alunos oriundos de todos os estados do Nordeste do Brasil. Sua meta sempre foi sintetizar e consolidar a Biodança no Nordeste, transferir teoria e prática de Biodança a pessoas interessadas, tornar possível a profissionalização do facilitador de Biodança e promover a supervisão aos facilitadores licenciados de Biodança.

O modelo da Escola Nordestina para construção, organização, aprofundamento e expansão da Biodança é adotado até hoje em toda a América Latina.

Rolando Toro, por ocasião da inauguração da ENEB, em carta aos alunos da Escola assim expressou seu sentimento:

"Desde acá, después de esos días de creación y amor, mis recuerdos permanecen encendidos y mis pensamientos se dirigen hacia uds. como hilos tendidos sobre una dulce eternidad.
Quiero comunicarles mi alegría por el trabajo realizado en conjunto. Estamos creando nuevas formas de civilización, donde se restablezca el respecto por la vida, por todo lo que está ahí ofreciéndose para nosotros, los alimentos, la floresta, el mar, los amores. Aprender a percibir eso sin esfuerzo nem ansiedad. Entender que el paraíso es una forma de relación con nuestro cuerpo y com la gente.
Es verdad que estamos cautivos por un sistema de dominación creado por mentes enfermas. Dentro de ese caos de opresión y muerte, luchamos por establecer las realidades básicas de la vida: el nascimiento, la alegría, la convivencia, al Arte, todo aquello que constituye el pulsante sueño mundial de vida. Cada uno de ustedes, al hacerse presente a nuestro llamamiento, pudo conectar con lo inmediato que ofrece la existencia. Al hacerse presentes, brindaron a cada uno de los otros lo mejor de Uds. mismos.
Esta carta no podrá nunca expresar todo el amor que recebí y la confianza que Uds. delegaron en mí, en mi amigo Cezar y en todos los que contribuyeron en la génesis de la Escuela Nordestina de Biodanza. En esa Escuela se realizará la unión del corazón iluminado a la conciencia.
Receban todo mi amor"
Rolando Toro
A partir de 1983, definiu-se as bases e interrelações do modelo operatório da Biodança, passando a extrapolar os limites do grupo regular de Biodança para o estudo de experiências interiores, resultante de estudos desenvolvidos por Rolando Toro sobre vivências do medo e da coragem de enfrentá-lo, por meio de exercícios específicos de auto-expressão. A este trabalho Toro denominou de Projeto Minotauro.

Em 1984, a filha de Rolando Toro, Verônica Toro e seu marido, Raúl Terrén, levaram, pela primeira vez, a Biodança à Europa, na França.

Em 1986, a dificuldade do Cézar Wagner de oferecer supervisão a todos os facilitadores licenciados no Nordeste, por conta da extensão da região, a Escola Nordestina de Biodança considerou ser necessário desmembrar-se em três, que assim ficou: Escola de Biodança da Bahia, Escola de Biodança de Pernambuco e Escola de Biodança do Ceará.

Em 1989, a convite dos amigos Giovanni Salvatti e Emmi Mozzetti-Monterumici para realizar um programa de difusão do sistema Biodança, Rolando Toro decidiu ir morar na Itália para implantar a Biodança na Europa. Em Paris e em Marselha contou com a colaboração de Ana Leila, também formada na Escola de Biodança em Fortaleza.

Em 1990 há algumas modificações no modelo teórico, entre elas o deslocamento da identidade que sai do eixo horizontal passando a permear todo o modelo (vide figura ao final do blog).

A sistematização da teoria da Biodança originou-se na época da Escola Nordestina, resultante de um perseverante e paciente trabalho realizado por Cézar Wagner, iniciado com o recolhimento de inúmeros textos escritos por Rolando Toro que encontravam-se espalhados por toda a América Latina nas mãos de diversas pessoas. Foi um ano de intenso e difícil trabalho. Seu trabalho de sistematização desse material reunido resultou em quinze volumes que constituíram a Teoria da Biodança.

Como material pedagógico para as escolas de biodança foram elaborados Catálogos de Biodança a partir desses volumes e da experiência de alguns facilitadores.

Nosso país é considerado o berço de desenvolvimento da Biodança por ter sido aqui o lugar em que foi amplamente aceita, reconhecida, organizada, expandida e onde sua teoria foi desenvolvida, elaborada e sistematizada.

Em dezembro de 1991 Rolando Toro retornou ao Chile para realizar uma grande maratona de Biodança, marcando o início de sua estruturação naquele país.

Com o tema Biodança, 27 anos depois, realizou-se em Fortaleza, o II Congresso Internacional de Biodança.

Em 1994 foi criada a Escola de Biodança do Piauí.

Também em 1994, o modelo teórico da Biodança é mais uma vez modificado em consonância com os estudos desenvolvidos de que há um continuum do transe entre a consciência intensificada de si mesmo e a regressão à origem (fusão com o cosmo) que, no modelo de 1990, estava representado pela consciência diminuída de si mesmo.

A Biodança vem ganhando espaço, inclusive internacionalmente, por uma estratégia mundial, num esforço de estruturação, organização. É encontrada em toda a América Latina, Europa e África.

Na Europa foram criados grupos de Biodança na Suíça com trabalhos realizados por Gorettie e Allan que tiveram sua formação na Escola Nordestina de Biodança. Mais tarde, consolidou-se a Escola de Formação na Suíça que, posteriormente, foi assumida por Nadia Robin.

Atualmente Rolando Toro é o Presidente da International Biocentric Foundation, com sede na Inglaterra, fundada por ele.

Em 1997, Rolando Toro voltou a residir no Chile. Hoje coordena as atividades do movimento Biodança em todo o mundo. Criou a Escuela Modelo de Biodanza e diversos cursos, entre os quais "Curso de Actualización y Formación de Didactas de Biodanza".

No ano de 2000, é publicada a edição italiana Biodanza e a portuguesa, no Brasil, em 2002.

O primeiro livro publicado por Rolando Toro foi Projeto Minotauro organizado por Eliane Matuk. Atualmente, Claudete Sant'Anna, juntamente com Rolando, cuidam da administração e da coordenação das atividades da Biodança em todo mundo.

A visão biocêntrica de mundo resultou na elaboração do princípio biocêntrico, seu paradigma de sustentação. Essa nova compreensão de mundo vem promovendo mudanças culturais e metodológicas em várias dimensões de atuação do ser humano, influindo no mundo organizacional das empresas - melhorando qualitativamente seus processos relacionais humanos e da própria organização; na pedagogia - que originou a Educação Biocêntrica; nas atividades ligadas à saúde; e, principalmente, na atuação de cada pessoa que dela tenha conhecimento e nela se lance, tornando-se referência para possibilidades de mudanças de comportamento mais saudáveis.

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