domingo, 20 de maio de 2007

Muhammad Yunus

Em 1974, o Professor Muhammad Yunus, economista de Bangladesh, da Universidade de Chittagong, conduziu seus alunos a uma viagem de campo para uma aldeia pobre. Eles entrevistaram uma mulher que fazia tamboretes de bambu e viram que ela teve de pedir dinheiro emprestado para comprar bambu cru para cada tamborete. Depois de reembolsar o intermediário, às vezes a taxas próximas a 10% por semana, ela tinha apenas um centavo de margem de lucro.

Se ela pudesse encontrar taxas mais vantajosas, teria acumulado algo que a possibilitasse sair do nível de subsistência.

Percebendo que havia algo terrivelmente errado com as teorias econômicas que estava ensinando, Yunus emprestou de seu próprio bolso o equivalente a 17 libras a 42 artesãos. Ele achou que não só era possível com esta quantia minúscula lhes ajudar a sobreviver, mas também estimular o impulso pessoal e o empreendimento necessário para saírem da pobreza.

Contra o conselho de bancos e do governo, Yunus continuou distribuindo micro-empréstimos e, em 1983, formou o Grameen Bank ou Banco da Aldeia, fundado em princípios de confiança e solidariedade. O sonho de Muhammad Yunus é a erradicação total de pobreza do mundo.

"O Grameen é uma mensagem de esperança, um programa para pôr os desabrigados e destituídos em um museu, de forma que um dia nossas crianças o visitem e perguntem como nós pudemos permitir uma coisa tão terrível por tanto tempo",
afirma Yunus. Ele acredita que o direito ao crédito deveria ser reconhecido como um direito humano fundamental.

Muhammad Yunus nasceu em 1940, em Chittagong, centro empresarial do que era então Bengala Oriental. Ele é o terceiro de uma família de 14 filhos, dos quais cinco morreram na infância. Educado em Chittagong, ele foi premiado com uma bolsa de estudos da Fulbright e recebeu o Ph.D. da Universidade de Vanderbilt, Nashville, Tennessee. Em 1972, ele foi o chefe do Departamento de Economia da Universidade de Chittagong. Ele é o fundador e diretor-gerente do Banco Grameen. Em 1997, o Professor Yunus conduziu o primeiro Micro Credit Summit em Washington, DC.

"Se eu puder ser útil a outro ser humano, mesmo que por um dia, já seria uma grande coisa. Seria melhor que todos os grandes pensamentos que eu tenha na universidade."


Muhammad Yunus

Versão livre do inglês da Introdução do livro Banqueiro dos Pobres – Autobiografia de Muhammad Yunus, fundador do Banco de Grameen.

Banco Grameen ou Banco da Aldeia

(Texto extraído do discurso do Prof. Muhammad Yunus durante o recebimento do Prêmio Nobel da Paz 2006)

O Banco concede empréstimos a quase 7 milhões de pobres, 97 por cento dos quais são mulheres, em 73 000 aldeias do Bangladesh. O Banco Grameen disponibiliza, sem garantias, empréstimos para criação de rendimento, para habitação, para estudantes e criação de micro-empresas de famílias pobres, oferecendo, também, aos seus membros uma atrativa gama de produtos de poupança, como fundos de pensão e seguros.

Desde que foram introduzidos em 1984, os empréstimos à habitação foram utilizados para a construção de 640 000 casas. A posse legal destas habitações pertence às próprias mulheres. O banco concentrou nas mulheres, porque descobriu-se que os empréstimos concedidos a mulheres traziam sempre mais benefícios para as famílias.

De uma forma acumulada o banco já concedeu empréstimos no total de 6 bilhões de dólares. A taxa de reembolso dos empréstimos é de 99%. O Banco Grameen gera lucro de forma regular. É financeiramente auto-suficiente e não recebe donativos desde 1995. Depósitos e recursos próprios perfazem 143% do total de empréstimos concedidos. De acordo com uma auditoria interna do Banco, 58% dos seus mutuários já ultrapassaram o limiar de pobreza.

Esta idéia que começou em Jobra, uma pequena aldeia do Bangladesh, foi ampliada a todo o mundo e hoje existem programas idênticos em quase todos os países.

Os resultados são também acompanhados junto às crianças dos mutuários do banco. As mulheres a quem são concedidos empréstimos sempre puseram os seus filhos no topo das suas prioridades e dentre outras 16 obrigações está a de enviarem os filhos para a escola. Muitas dessas crianças tornaram-se as melhores das suas turmas o que levou o banco a criar bolsas de estudos para esses estudantes. O Grameen atribui hoje 30 000 bolsas de estudo por ano. Muitas dessas crianças seguiram para uma educação superior e são hoje médicos, engenheiros, professores e outros profissionais. Foram também criados empréstimos para educação superior, inclusive para doutorados. Existem 13 000 estudantes que se beneficiam destes empréstimos. Juntam-se, anualmente, mais de 7 000 estudantes a este número. Com essas ações, o banco contribui para a criação de uma nova geração, completamente diferente, que estará bem habilitada para afastar as suas famílias para bem longe da pobreza.

A POBREZA É UMA AMEAÇA À PAZ

Parte do discurso do Prof. Muhammad Yunus durante o recebimento do Prêmio Nobel da Paz 2006, concedido ao mesmo em razão dos resultados obtidos com a criação em 1983 do Banco Grameen ou Banco de Aldeia.


Minhas Senhoras e meus Senhores:

Ao conceder-nos este prêmio, o Comitê Nobel Norueguês dá um importante apoio ao conceito de que a paz está diretamente ligada à pobreza. A pobreza é uma ameaça à paz. A distribuição de rendimentos no mundo dá-nos uma história bem reveladora. Noventa e quatro por cento do rendimento mundial vai para 40 por cento da população enquanto sessenta por cento dessa população vive apenas com 6 por cento desse rendimento. Metade da população de todo o mundo vive com 2 dólares por dia. Mais de um bilhão de pessoas vive com menos de um dólar por dia.

Isto não é uma fórmula para a paz.

O novo milênio começou com um grande sonho global. Líderes de todo o mundo juntaram-se nas Nações Unidas em 2000 e adotaram, entre outros, o objetivo histórico de reduzir a pobreza em metade até ao ano 2015. Nunca na história do Homem um tão arrojado objetivo tinha alguma vez sido adotado pelo mundo inteiro, numa só voz, quantificado e com prazo. Mas eis que acontece o 11 de Setembro e a guerra no Iraque e de repente o mundo desvia-se da perseguição deste sonho e os líderes mundiais do combate à pobreza para o combate ao terrorismo. Até agora, só pelos Estados Unidos da América já foram gastos mais de 530 bilhões de dólares com a guerra no Iraque. Acredito que o terrorismo não pode ser vencido com ações militares. O terrorismo deve ser condenado com o mais duro dos discursos. Devemos erguer-nos firmemente contra ele e encontrar todos os meios para o combater. Devemos debruçar-nos sobre as causas do terrorismo para lhe podermos pôr um fim definitivo. Penso que consagrar recursos a uma melhoria de vida dos pobres é a melhor estratégia, melhor do que a compra de armas.

VOCÊ SABE O QUE É PERMACULTURA?

"Em poucas palavras, dizemos que Permacultura é: um sistema de planejamento para a criação de ambientes humanos sustentáveis. Seus princípios teóricos e práticos são uma síntese das práticas agrícolas e conhecimentos tradicionais e das descobertas da ciência moderna visando o desenvolvimento integrado da propriedade.

A Permacultura oferece as ferramentas para o planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes.

Tendo como base o planejamento consciente, a Permacultura torna possível, entre outras coisas, a utilização da terra sem desperdício ou poluição, a restauração de paisagens degradadas e o consumo mínimo de energia. Quando a ação do permacultor se volta para áreas agrícolas, o resultado é a reversão de situações dramáticas de degradação sócio-ambiental.

Todo sistema permacultural deve evoluir, com designs arrojados, para a construção de sociedades economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente sensíveis, dotadas de agroecossistemas que sejam produtivos e conservadores de recursos naturais.

A Permacultura exige uma mudança de atitude que consiste basicamente em fazer os seres humanos viver de forma integrada ao meio ambiente, alimentando os ciclos vitais da natureza. Como ciência ambiental, reconhece os próprios limites e por isso nasceu amparada por uma ética fundadora de ações comuns para o bem do sistema Terra.

Os australianos Bill Mollison e David Holmgren, fundadores da Permacultura nos anos 70, buscaram princípios éticos universais surgidos no seio de sociedades indígenas e de tradições espirituais, que estão orientados na lógica básica do universo de cooperação e solidariedade."

Copy by http://www.permear.org.br/permacultura/

No endereço acima você pode encontrar uma infoteca com detalhes sobre:

Agricultura ecológica
Aquecedor solar
Água
Bambu
Bombas de água
Desenvolvimento local
Ecologia
Folhetos e manuais
Permacultura
Prêmios
Taipas
Técnicas de construção
Tratamento de esgotos

sábado, 12 de maio de 2007

COMENTÁRIOS SOBRE O BLOG

Agradeço com carinho a todos os que visitam este espaço e muito aos que cederem seus textos e imagens para enriquecer e torná-lo mais integrador (envie para orkutins@yahoo.com.br - publicarei com as devidas autorias).

E, agradeço mais ainda aos que deixarem aqui seus comentários, sugestões que melhoram a iniciativa deste blog.

Clique em "(x) comentários" abaixo.

Obrigada,

Irene Nousiainen

COMENTÁRIOS E SUGESTÕES SOBRE O BLOG

Oi pessoal,

Hoje em dia compartilhar idéias, pensamentos e sentimentos não é uma tarefa muito fácil.

ComPartilhar- partilhar com; trocar com

Primeiro, o tempo Kronos corre cada vez mais engolindo Kairós - falta de priorização, de visão? ...Porém, educação de atitudes arraigadas se dá é aos poucos mesmo, exceto em mudanças radicais - o que não é minha opção.

Segundo, compartilhar é muito mais do que disponibilizar... é trocar. E as pessoas, em geral, também estão priorizando mais Kronos que Kairós...prejudicando a criação, a inovação, a criatividade, o novo olhar, a ampliação de mundo e...compartilhar.

É nesse intuito que este espaço foi criado: especialmente, na tentativa de romper com a força do "ganhar dinheiro para sobreviver" que agrega e traz no seu rastro um mundo de atitudes que justificam esse comportamento e que comprometem a vida.

Um abraço bem abraçado,

Irene Nousiainen

quinta-feira, 10 de maio de 2007

PENSAMENTO SISTÊMICO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

PENSAMENTO SISTÊMICO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

PENSAMENTO COMPLEXO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

PENSAMENTO COMPLEXO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

PENSAMENTO COMPLEXO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

PENSAMENTO COMPLEXO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

PENSAMENTO COMPLEXO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA - PROPOSTA DE VALORIZAÇÃO DA VIDA

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA - PEDAGOGIA DO ENCONTRO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA - O APRENDIZADO


* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA - PRINCÍPIOS ESSENCIAIS

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA - PRINCÍPIOS ESSENCIAIS

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA - PRINCÍPIOS ESSENCIAIS

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.


EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA - PRINCÍPIOS ESSENCIAIS

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

EDUCAÇÃO BIOCÊNTRICA NAS ORGANIZAÇÕES


* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"
Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.

Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

ORGANIZAÇÃO BIOCÊNTRICA - A ORGANIZAÇÃO DO FUTURO

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"

Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

CONSTRUINDO A ORGANIZAÇÃO BIOCÊNTRICA

* Parte da apresentação realizada por Irene Nousiainen, à Banca Examinadora da Universidade Estadual do Ceará (especialização em Educação Biocêntrica - A pedagogia do Encontro), relativa à Monografia "Organização Biocêntrica - emergência de um novo paradigma na Administração"

Orientadora: Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga, Profª Ms.
Co-orientadora: Maria de Fátima Pereira Diógenes, Profª Esp.

terça-feira, 8 de maio de 2007

SISTEMATIZAÇÃO DA BIODANÇA

Autora: Irene Nousiainen
Bibliografia consultada - vide coluna esquerda acima

01.01. Antecedentes à sistematização

Como comentado no início deste trabalho, com as primeiras experiências realizadas por Rolando Toro, a partir de 1965, com doentes mentais do hospital psiquiátrico de Santiago do Chile, utilizando a dança como instrumento de humanização da medicina, o mesmo observou que algumas músicas facilitavam estados de transe, aumentando as alucinações e os delírios e que dissociavam-se ainda mais quando faziam certos movimentos. A partir de então passou à seleção de uma série de músicas e danças que reforçassem o sentimento da própria identidade, resultando em manifestação pelos doentes de melhor discernimento da realidade, diminuindo as alucinações e aumentando a comunicação deles.
Observou também que os exercícios, dependendo do tipo, levavam a um forte sentimento de identidade (consciência de si mesmo) ou à regressão (sentimento de diluição da identidade). Posteriormente, observou que pessoas não psicóticas, mas estressadas, que sofriam de doenças psicossomáticas, melhoravam sensivelmente quando faziam exercícios que induziam à regressão.

01.02. A sistematização da teoria

Com suas observações, Toro, após vários anos de pesquisas, concluiu que estados de identidade e de regressão são complementares e se sucedem, num continuum. Assim, no transe para o estado de regressão, a pessoa tende a perceber-se como parte da totalidade do universo, em especial na "saída" da regressão, e no transe para o estado de identidade, ela passa à consciência de si como centro de percepção do mundo. Essas conclusões marcaram o início da formulação do atual modelo teórico da Biodança.


Na Biodança, a modulação (transe) entre os estados de identidade (consciência de si mesmo), cujo ponto de partida é a presença, e de regressão (a ida ao mais antigo para refazer a singularidade) é feita por meio de exercícios vivenciais de contato e de comunicação em grupo, com música e consignas, resultando em aumento de complexidade do ser, em conquista de autonomia, auto-regulação e em fortalecimento da Identidade.
Com o aprofundamento das pesquisas realizadas por Toro foi acrescentado um eixo vertical contemplando as cinco linhas de vivência que representam a expressão e a integração do potencial genético humano.
O pressuposto do princípio biocêntrico, a partir do qual se desenvolve toda a teoria da Biodança, está expresso no modelo teórico, nas condições cósmicas iniciais para a gênese da vida que se produzem no limite do caos e no princípio de vida cósmica.
Segundo Toro (2002), o universo, com todos os seus processos altamente complexos - caóticos - de transformação possui características constantes para geração da vida - regulação cósmica.
Ainda segundo Toro (2002), o caos é o lugar mais propício para geração da vida, de sistemas complexos, uma vez que é o espaço que oferece maiores possibilidades de interação entre suas substâncias. As situações de caos contém princípios para situações de ordem e a vida é um movimento do caos para a ordem, não realizado de modo linear, mas de um constante movimento pulsante entre caos e ordem, como estrutura dissipativa, cujo desenvolvimento acontece pela transtase de seu aprendizado.
Os estudos sobre sistemas vivos de Ilya Prigogine e outros cientistas nos falam que o universo possui uma programação orientada para a vida que favorece a multiplicidade dos fatores iniciais que conduzirão à criação dos sistemas complexos, adaptativos, capazes de autogerarem-se (autopoiese) e de evoluir (biomoléculas, proteínas, protozoários, células, etc - sistemas vivos). Estes sistemas são também caracterizados pelo equilíbrio e gerados pela associação de elementos no “caldo cósmico” em movimentos homeostáticos (equilíbrio do sistema vivo) e transtáticos
[1] (equilíbrio evolutivo).
Como vimos, as condições iniciais para geração da vida se dá por meio de uma regulação homeostática entre matéria e energia. Tal regulação cósmica acontece nos aspectos estruturais e energéticos do universo como: massa, densidade, pressão, temperatura, estrutura atômica, número de elementos, leis de combinações entre eles
[2], a estrutura do DNA e a ação das radiações cósmicas e da gravidade.
O atual modelo teórico de Biodança, proposto por Toro, compõe-se de duas espirais
[3] sobrepostas: uma indica o contexto biocósmico no qual a vida se origina, e a outra, não separada, mas, ressaltada, revela o "caminho" de desenvolvimento da espécie humana, sabendo-se, que não há uma trajetória rígida, e sim, projeções direcionais, contempladas nas aberturas aos processos universais de gestação da vida.
A referência ao desenvolvimento do ser humano no modelo teórico parte da proposta de pulsação entre duas tensões opostas: uma centrípeta (aumento da vivência da identidade, da consciência de si mesmo) e uma centrífuga (vivência de regressão, de dissolução na totalidade ou fusão com o cosmos), cujas aberturas promovem discretas transformações a partir de uma constante reorganização biológica, provocadas pelas vivências integradoras para dinamização saudável dos potenciais genéticos, levando ao desenvolvimento evolutivo do ser humano.
Esse desenvolvimento da espécie é possível pela gravação genética de nossa filogênese (memória do desenvolvimento evolutivo da espécie - dela deriva a hereditariedade genética de cada pessoa). O ser humano atual é um ser gestado na história do desenvolvimento da espécie, desde seu aparecimento até nossos dias, que traz em si o contexto natural da espécie humana e do qual deriva a hereditariedade genética da pessoa. Portanto, no modelo teórico, a filogênese encontra-se como um dos pontos iniciais que acompanham o trânsito do desenvolvimento humano, juntamente com os inconscientes vital, pessoal e coletivo.
A ontogênese humana vai se criando em consonância com a filogênese e por meio da expressão dos potenciais genéticos
[4] da pessoa que são dinamizados no decorrer da experiência e resultantes da ação dos ecofatores. Os potenciais genéticos são todas as potencialidades contidas nos cromossamos e que são herdadas geneticamente. Como são potencialidades, dependendo da estimulação podem vir a expressar-se ou não.
No modelo teórico, como pode-se ver em anexo, tal ontogênese está representada por um eixo vertical que nasce do potencial genético, logo após a filogênese.
Segundo TORO (2002:84), as estruturas orgânicas, as funções vitais, a forma e a constituição corporal expressam as potencialidades genéticas sendo as emoções, os sentimentos e as vivências suas expressões psicológicas, embora estudos recentes da neurociência apontem as emoções como expressões biológicas.
Após o nascimento, os seis primeiros meses de vida deixarão uma impressão de acordo com o aprendizado das primeiras respostas dadas aos estímulos externos e internos, chamada de protovivência, a qual determinará a expressão dos potenciais genéticos daí em diante. Assim, um bebê que não é acariciado terá no futuro sua afetividade comprometida, ou um bebê que tenha sido imobilizado terá sua vitalidade profundamente afetada. É sobre a impressão deixada pelas protovivências que as vivências posteriores se desenvolverão.
Com base ainda em suas pesquisas, TORO (2002:84) encontrou correspondência entre a expressão das potencialidades genéticas e as principais aspirações humanas, chegando a cinco canais biológicos de expressão às quais denominou linhas de vivência.
Abaixo apresentamos as cinco linhas de vivência e sua correspondência com as protovivências, citadas em TORO (2002) e em GÓIS (2002), cujas qualidades estão organizadas no Quadro 1 ao final deste trabalho:

a) Vitalidade
A protovivência do movimento reflete a vida. A vida é movimento. A morte é estagnação, rigidez. Quando o feto se move é sinal de que há vida. Seus movimentos vão se ampliando com o tempo, na alternância entre mover-se e dormir, movimento e repouso, inibição e excitação.
A linha da vitalidade refere-se ao ímpeto vital, à alegria de viver, à saúde. Esta linha é gerada a partir de funções de regulação da atividade e do repouso e que mantém a homeostase, compreendendo os instintos de conservação, de fome, de sede, respostas de luta e fuga. São indicadores de vitalidade: resistência ao esforço, vitalidade do movimento, estabilidade neurovegetativa, potência dos instintos e o estado nutricional. Características externas que podem expressar a vitalidade: facilidade para rir, agilidade dos movimentos, som e expressão da voz, brilho e intensidade do olhar, harmonia e vigor dos gestos.

b) Sexualidade
A protovivência do contato é essencial para o desenvolvimento do ser humano. É no contato que nossas interações nervosas vão se ampliando e complexificando cada vez mais, realizando ligações neurais cognitivas complexas. Dentre suas funções, o contato gera a sensação de proteção e desenvolve a identidade, especificamente no que se refere à sensualidade e à genitalidade. Um bebê que é tocado, acariciado encontrará caminhos de crescimento saudável.
A linha da sexualidade envolve o prazer sexual, reprodução, vínculo sexual, prazer, sensualidade, contato; compreende o instinto sexual, o orgasmo, o desejo e a busca do prazer, as múltiplas emoções envolvidas na satisfação sexual, cuja finalidade biológica é a reprodução. Um intenso desejo sexual mobiliza o organismo por inteiro; é a sensibilidade global aos estímulos do prazer (pelos alimentos, pelo banho, pela brisa, pela chuva, pelo carinho, pelo beijo, pelo toque terno, pela dança, pela música, etc.)

c) Criatividade
A criatividade se desenvolve a partir da protovivência da expressão. Um bebê que expressa-se no mundo (sorri, chora, emite e cria sons, pega coisas, movimenta-se por todas as partes, coloca coisas na boca), cada vez mais se apropria de sua realidade e a transforma.
A linha da criatividade diz respeito à inovação, construção, imaginação, instinto de exploração; somos ao mesmo tempo, a mensagem, a criatura, o criador; incentivo aos impulsos criadores naturais - "nossa grandeza se encontra em nossa vida"; a natureza é um eterno ato criativo.

d) Afetividade
A protovivência da segurança refere-se ao que todo ser vivo busca: alimento e proteção, que garantem a sobrevivência de si, da espécie e da vida. No caso do ser humano, dado sua complexidade neurológica, a criança demora em adquirir autonomia a fim de que ela mesma possa nutrir-se e buscar sua própria segurança.
A linha da afetividade refere-se ao amor, amizade, altruísmo, empatia; relacionada ao instinto de solidariedade dentro da espécie, capacidade de empatia, aos impulsos gregários, às tendências altruístas e aos ritos socializantes. Difere da vivência (o aqui e agora) em complexidade e por permanecer ao longo do tempo; implica a participação da consciência, da memória e da representação simbólica; afetividade é um estado de afinidade profunda para com os outros seres humanos.

e) Transcendência
A protovivência da harmonia advém da inibição, do repouso, do sono que produz um estado de quietude, silencia e indiferenciação. Desde enquanto feto, a criança necessita de um ambiente tranqüilo e restaurador que lhe permita amadurecer e crescer. As situações de diferenciação para o mundo do bebê devem surgir progressivamente, aos poucos, sem ansiedade.
A linha da transcendência é a nossa ligação com a natureza, o sentimento de pertencer ao universo; envolve a procura de harmonização com a natureza em sua totalidade; é uma função biológica e culmina na experiência suprema de identificação com o universo. O impulso místico é visceral, sendo a experiência mística a provocadora de profundas transformações na homeostase, no nível orgânico e no nível existencial; refere-se à superação da força do próprio Eu e à possibilidade de ir mais além da autopercepção, para identificar-se com a unidade da natureza e a essência da pessoa; sensação de ligação íntima com a natureza e com o próximo.

As potencialidades genéticas podem ter, ou não, oportunidade de expressão, dependendo da atuação dos eco-fatores que são os estímulos gerados no contato com o meio ambiente.
O processo culminante da Biodança é a integração para a qual se dirige o desenvolvimento das linhas de vivência e consiste na interação recíproca, dinâmica e criativa gerada no decorrer da vida da pessoa e que se produz na expressão das cinco linhas de impulsos inatos.
A alternância natural dos estados de consciência da pessoa está representada pelo continuum identidade-regressão e expresso no modelo como o eixo horizontal cujos dois pólos, identidade (essência do ser) e regressão (passagem para o indiferenciado) formam um circuito em eterno movimento que evolui em espiral em direção à integração.
O modelo também contempla os estratos do inconsciente: pessoal, coletivo e vital, possuindo, este último uma grande autonomia, mesmo estando ligado aos outros dois, e mantém relação direta com o inconsciente coletivo e com as leis cósmicas.
O modelo teórico da Biodança vem experimentando modificações e ajustes ao longo dos últimos 40 anos.
Segundo Toro (2002: 73), o modelo teórico de Biodança atual é um sistema semi-aberto em que é “concebido como um sistema fechado de relações homeostáticas, que, porém, apresenta aberturas sutis a novas possibilidades de equilíbrio
[5], representadas pelo contato interpessoal, em um processo aberto de co-criação e de integração” - um sistema complexo adaptativo.
Rolando Toro considera o modelo teórico da Biodança como um modelo do ser humano cósmico por abordá-lo em todas as suas dimensões: biológica, psicológica e cósmica.
A visão da Biodança é a visão do homem como ser no mundo, como criatura cósmica em completa conexão com a vida, com o Todo.

[1] Transformações discretas de caráter evolutivo, a partir de uma constante reorganização biológica provocada pelas vivências integradoras, cujo suporte é o potencial genético.
[2] Leis que possibilitam a formação de moléculas e das proteínas.
[3] Estão separadas apenas por questão metodológica, porém, são, de fato, integradas - a teia da vida.
[4] São as potencialidades herdadas geneticamente por cada um, as quais podem vir a manifestar-se ou não, ou seja, são as possibilidades inatas que trazemos em nosso ser (nos cromossomos) e que são ativados conforme o grau de estimulação recebidos do ambiente.
[5] Transtase.

AS TRÊS DIMENSÕES DA VIVÊNCIA

Autora: Irene Nousiainen
Bibliografia consultada - vide coluna esquerda acima

A vivência em biodança se dá em grupo afetivamente integrado, com exercícios vivenciais específicos, de modo a atuarem sobre todas as dimensões do ser humano (emocional, neurológico, endócrino e imunológico) realizando a integração saudável da pessoa consigo mesma, com o outro e com a totalidade.


- Integração da pessoa consigo mesma
Os exercícios vivenciais da biodança objetivam deflagrar emoções integrativas, de modo a produzir autorregulação orgânica. Cada pessoa apresenta seu próprio modelo genético de respostas vitais, sendo dela, potencializada sua parte sã, resgatando, dinamizando e fortalecendo o entusiasmo, o gosto pela vida, a auto-estima, a criatividade, sua necessidade de dar e receber amor, sua conexão com o mais sagrado e profundo, enfim, fortalecendo sua identidade.


- Integração da pessoa com o outro
Caracterizado como um “sistema aberto” acessível à comunidade (o ser humano é essencialmente um ser social), a relação da pessoa com o mundo externo se dá através do respeito à diversidade, de um profundo amor pelas outras pessoas, seres da mesma espécie, pelo sentimento de pertença.


- Integração da pessoa com o mundo
A vivência de Biodança leva à expansão da consciência, ao fortalecimento da identidade, à mudança do estilo de vida, agindo na integração dos sistemas orgânicos e na relação do ser com o mundo. Em contraposição às terapias cognitivas, a biodança parte da vivência para o significado pela reflexão e compreensão e não compreensão pela análise.


A Biodança atua na diversas dimensões do ser humano e na sua expressão individual, grupal ou coletiva e social ou política.

BIODANÇA - DEFINIÇÃO E METODOLOGIA

Autora: Irene Nousiainen
Bibliografia consultada - vide coluna esquerda acima



Biodança, a dança da vida, têm como paradigma essencial o princípio biocêntrico - visão de mundo pela qual se percebe que tudo que existe, existe porque há a vida, portanto, o homem é apenas uma de suas infinitas expressões as quais devem ser respeitadas, como também, as leis universais que as regem e todas as suas formas de expressão.
A pessoa somente percebe a vida, em toda a sua plenitude, quando seu olhar está voltado para tanto. Sentir a vida é vê-la pulsar em todas as suas expressões e com ela encantar-se. Como disse Cézar Wagner
[1]: " no mar da vida, o louco afunda, o santo paira e nós, nadamos."
A Biodança busca o desenvolvimento humano por meio de vivências integradoras. Conceitualmente, segundo TORO (2002), a Biodança é um sistema de integração afetiva, de renovação orgânica e de reaprendizagem das funções originárias da vida, que busca o desenvolvimento saudável da pessoa de modo integrado consigo mesma, com o outro e com tudo que existe.
A integração ou reeducação afetiva resulta no restabelecimento da unidade entre percepção, motricidade, afetividade e funções viscerais. A metodologia utilizada pela Biodança objetiva a estimulação da afetividade que acontece em grupo para o fortalecimento dos vínculos saudáveis, influindo nos centros reguladores límbico-hipotalâmicos e transformando progressivamente a pessoa num ser saudavelmente integrado consigo mesmo, com as outras pessoas e com a totalidade, ou seja, integrada com a vida mesma que lhe dá vida, potencializando-a, sendo o contato essencial na construção do ser humano a partir se sua concepção biológica.
A renovação orgânica, induzida principalmente por estados especiais de transe, busca a estabilidade dinâmica das funções biológicas do sistema vivo - harmonia homeostática, reduzindo o estresse tão comum hoje em nossa cultura ocidental e aumentando sua capacidade imunológica de resposta ao meio. O desenvolvimento social se dá muito em função do desenvolvimento biológico, ou seja, o processo de humanização se dá ao mesmo tempo que o processo de hominização.
É importante ressaltar que o conceito de organismo em Biodança não está restrito ao conceito de corpo estritamente biológico, embora seja essa a dimensão em que ela atua mais diretamente, resultando no estabelecimento de novas conexões orgânicas. A Biodança percebe a pessoa como um organismo complexo de variadas dimensões integradas.
Com a reaprendizagem das funções originárias da vida busca-se o desenvolvimento e fortalecimento de um estilo de vida e de comportamento consonantes com os instintos primordiais de conservação da vida para que esta tenha continuidade e evolução, dando-lhe sentido de si mesmo no mundo, de pertença, de comunidade.
O desenvolvimento da ação de ecofatores saudáveis resulta numa sensibilização/estimulação dos potenciais essenciais da identidade de vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e transcendência, de modo que, a alegria, a capacidade de amar, o desejo, a inovação, a autonomia e a coragem de viver possam manifestar-se, modificando o estilo de vida e o comportamento da pessoa.
A Biodança permite a vivência transtática do renascimento, progressão, regressão, reprogressão em direção ao infinito, possibilitando a resignificação, a reaprendizagem, o desenvolvimento.
A base metodológica da Biodança é a indução a vivências integradoras, em situações de encontro em grupo, agindo sobre a parte saudável da pessoa, fortalecendo-a. Segundo TORO (2002:30), vivência é viver intensamente o presente, tanto no sentido de se estar inteiro como no instante presente da vivência, ou seja, no aqui e agora. Esse estar presente no presente envolve o sentir enquanto cenestesia, em suas funções viscerais e emocionais. É o instante vivido que, na relação com o mundo e a partir da existência do outro, modifica o próprio ser modificando também a realidade com a qual interage.
A sessão de biodança surge, portanto, da compreensão do movimento original/instintivo da vida: dormir/acordar, ativação/regressão/progressão, movimento/nutrição/contato e da vivência ontológica do ser primitivo por meio da regressão, quando necessita de mais cuidado, atenção e carinho, gerando neguentropia
[2].
Para melhor possibilitar vivências integradoras, a Biodança faz uso, sempre em grupos, de exercícios específicos de comunicação, acompanhados de consignas, da música (sonante com elementos de unidade, tonalidade, harmonia, ritmo e melodia), do canto e de movimentos integradores (TORO, 2002:33).
A vivência integradora, com a utilização, enquanto recurso metodológico, da unidade trinitária - música (materialização dos sons)...movimento (expressão no mundo/exercícios-consigna)...vivência (sentir-se vivo), leva à indução de estados emocionais saudáveis, ativação de processos psicossomáticos, estimulação do contato interpessoal, proporcionando uma pessoa integrada à vida - sentir/pensar/agir.
Na classificação das terapias uma sessão de Biodança caracteriza-se como um sistema de grupo de estrutura semi-aberta, de composição heterogênea, científico, de caráter ortodoxo, integral, cenestésico-vivencial, imanente e transcendente, e de contato. Porém, não há como se reduzir a Biodança a uma simples terapia. A Biodança vai além...tem a ver com o modo de ser no mundo, com estilo de vida, crenças, cultura...com o desenvolvimento da pessoa. A Biodança é uma pedagogia da Vida.
Seu objetivo é a coordenação dos vários subsistemas vitais de modo a se atingir o funcionamento de um sistema maior que integra o ser humano consigo mesmo e com a vida de forma harmônica. Este sistema propicia o despertar da função arcaica de conexão com a vida, restabelecendo o contato com o primordial, de modo a permitir que cada pessoa possa, assim, integrar-se consigo mesma (resgatando sua unidade psicofísica), com a espécie (resgatando com ela o vínculo original como totalidade biológica) e com o Todo (restabelecendo o vínculo primordial de união do homem com a natureza, com o cosmo, com a totalidade maior).
[1] Apontamentos de aula de 01/05/04
[2] Processo de equilíbrio e desequilíbrio que se renova.

BIODANÇA E ROLANDO TORO

Bibliografia consultada - vide coluna esquerda acima

"A base conceitual da biodança provém de uma meditação sobre a vida, ou talvez do desespero, do desejo de renascer de nossos gestos despedaçados, de nossa vazia e estéril estrutura de repressão. Poderíamos dizer com certeza: da nostalgia do amor. Mais que uma ciência, é uma poética do encontro humano, uma nova sensibilidade frente à existência."

Rolando Toro

HISTÓRIA DA BIODANÇA

Autora: Irene Nousiainen

Bibliografia consultada - vide coluna esquerda acima

A Biodança, abordagem de facilitação do desenvolvimento humano, foi criada por Rolando Toro a partir de um movimento profundo em favor da vida.

O seu modelo teórico e metodológico vem sendo construído nos últimos quarenta anos, tendo seu marco inicial em 1965, quando se deu o início de sua sistematização por Rolando Toro.

A seguir apresento alguns dos inúmeros momentos importantes que vão tecendo a história da biodança e extraídos de diversas fontes que estão citadas na coluna ao lado deste blog.

01.01. Nascimento, sistematização e difusão da Biodança - uma história de muitas histórias.

Rolando Toro Arañeda, nasceu em 1924, em Concepción no Chile. É psicólogo, antropólogo, poeta e pintor, dentre outras muitas qualidades.

Tanto no Chile como em Buenos Aires, para onde mudou-se aos 47 anos, o trabalho de Rolando Toro esteve voltado para as artes: pintura, poesia, fotografia, dança e teatro. Sua crença na possibilidade de um paraíso compartilhado o levou a buscar a fonte do "amor original", do amor ao próximo, com a essencial compreensão de um amor que inclui a dimensão corporal ativa - a carícia.

Buscou, portanto, desenvolver suas idéias sobre a "possibilidade do contato puro com a realidade viva, por meio do movimento, do gesto e da expressão dos sentimentos", utilizando a música, enquanto linguagem universal, a dança - integrando corpo, alma e a expressão do ser, plena de sentido, de felicidade, ternura e força. Como diz o próprio Rolando: "a biodanza é um modo de convivência com a beleza...em que o contato é essencial". (Toro, 2002: 9).

Ele sempre foi um autodidata e estudioso do desenvolvimento humano e de sua expressão, característica que mantém ainda hoje, com todos os seus 82 anos. Buscou sempre vivenciar profundamente o trabalho científico, acadêmico, artístico, bem como as experiências místicas não-religiosas, essenciais para a formação de todo o seu pensamento.

Suas experiências com músicas e danças em hospitais psiquiátricos, em meados da década de 60, objetivavam a experimentação de diversas técnicas de desenvolvimento humano para uma "humanização da medicina". Essas técnicas envolviam psicoterapias de grupo, arte-terapia, psicodrama, etc.

Nessas experimentações Rolando Toro observou que alguns pacientes, no início do trabalho, entravam em transe, surgindo modelos universais de expressão relacionados às diversas emoções. Essas observações o levaram à conclusão de que, se a música é capaz de promover este estado, então ela exerce influência no psiquismo e, portanto, ela seria capaz de promover bons resultados.

Foi assim, então, que Rolando Toro pôde estruturar seu trabalho, de modo a relacionar música, movimento e situações de contato e de continente afetivo formando uma unicidade.

Rolando, então, criou algumas danças e exercícios a partir de gestos naturais do ser humano, com finalidades precisas, a fim de estimular a vitalidade, a criatividade, o erotismo, a comunicação afetiva entre as pessoas e o sentimento de pertença ao universo, à totalidade.

A pesquisa científica sobre respostas neurovegetativas demonstrou que determinados exercícios promoviam uma ação reguladora em nível visceral, dinamizando ou o sistema simpático-adrenérgico ou o parassimpático-colinérgico. Observou-se, também, que outros exercícios "estimulavam emoções específicas que produziam efeitos altamente significativos sobre a percepção de si mesmo e do próprio estilo de comunicação afetiva com as outras pessoas". (Toro, 2002: 10). A estruturação dessa concepção originou a Psicodança.

A partir de então, a Psicodança foi sendo difundida e, em 1970, Rolando foi convidado a criar a primeira disciplina de Psicodança na Pontifícia Universidade Católica do Chile, onde o mesmo ocupava a cátedra de Psicologia da Expressão no Departamento de Estética.

Nesse período, acompanhou-o na pesquisa, sua companheira Pilar Acuña, responsável por dar à Biodança um caráter poético.

Com o desenvolvimento de seus estudos sobre Psicodança, Rolando Toro se deu conta de que sua estrutura poderia encontrar seus fundamentos nas ciências que tratam da vida e chegou à conclusão de que a essência do desenvolvimento humano não está nos aspectos psicológicos, e sim, nos biológicos. Havia, também, o fato de que o termo Psicodança já era utilizada no Psicodrama, por Jaccob Moreno, seu criador, em 1913, enquanto um de seus instrumentos.

Em 1971, já em Buenos Aires, onde passou a residir, Rolando Toro aprofundou ainda meus seus trabalhos com a dança, formalizando, então, o modelo operatório constituído de dois eixos (vide figura ao final do blog).

Em 1976, a Biodança chega ao Brasil - em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo. Nessa época, Rolando Toro incorporou ao modelo teórico linhas de vivência (movimento ascendente espiralado) e apresentou os primeiros conceitos de teoria da vivência e protovivências (vide figura ao final do blog).

No Brasil, em meados da década de 70, em meio a um clima de libertação de toda repressão sexual e de expressão vivenciada em anos anteriores, a Biodança ganhou força por se apresentar como uma abordagem calma, sem produção de estresse emocional, com comunicação leve, aberta e direta, trabalhando com grupos de pessoas e utilizando a música e o movimento para a expressividade do prazer (de vida, sexual, criativo, afetivo e religioso) das pessoas, ao contrário das psicoterapias.

Em 1978/79, resultando de vivências, reflexões e discussões sobre a Psicodança, entre Rolando Toro, Cecília Luzzi - sua companheira nesta época que o ajudou a conduzir aperfeiçoamentos técnicos sutis e que desenvolveu sua aplicação em crianças - e, também, com contribuições de colaboradores mais chegados, a palavra Psicodança foi substituído por Biodança. Oficialmente, esta mudança aconteceu em março de 1979 no II Encontro de Biodança e III Assembléia Latino-Americana de Biodança, realizado em Belo Horizonte.

Esta mudança aconteceu essencialmente pela concepção diferente da Biodança sobre o ser humano, a sociedade e a vida, que parte do entendimento de que a vida é o princípio de tudo que existe. Foi uma questão mesmo de paradigma. A Biodança essencialmente rompe com a visão antropocêntrica e desintegrativa de mundo desenvolvendo uma compreensão de mundo biocêntrica: a vida não existe em função do ser humano, mas, o ser humano existe porque nele há a vida. A Biodança, segundo Rolando Toro é uma conjunção de arte, ciência e amor, conforme expressou em 1979:

"A base conceitual da Biodança provém de uma meditação sobre a vida, ou talvez do desespero, do desejo de renascer de nossos gestos despedaçados, de nossa vazia e estéril estrutura de repressão, Poderíamos dizer com certeza: da nostalgia do amor. Mais que uma ciência é uma poética do encontro humano, uma nova sensibilidade frente à existência."

A segunda metade da década de 70 e início dos anos 80, ainda fortemente marcada pela ditadura militar no Brasil, foi palco da perseguição à Biodança e a seu criador, Rolando Toro. Os Conselhos de Psicologia, principalmente da Regional Nordeste, no período de 1979 a 1984, questionaram e perseguiram a Biodança e Rolando Toro porque à época se divulgava que ele era psicólogo.

Roberto Crema, convocado por duas vezes ao CFP - Conselho Federal de Psicologia do Brasil, conseguiu esclarecer a diferença entre Psicologia e Biodança, usando argumentos sobre o Código e da Lei de Regulamentação do profissional de psicologia. À luz da lei, a Biodança jamais poderia ser confundida com a Psicologia.

Mas a luta por mercado e a disputa de poder levaram o CFP a denunciar Rolando Toro com base no Estatuto do Estrangeiro, criado pela ditadura, com a finalidade de expulsar os padres estrangeiros ligados à Teologia da Libertação por ir de encontro aos interesses da elite capitalista e do governo militar da época. Rolando foi então detido em 1982, por quatro horas, sendo solto por encontrar-se com o passaporte validado.

Em sua proposta, a Biodança radicalmente contesta toda e qualquer repressão sexual, levando os "moralistas" e "guardiões da moral" a tentarem de toda forma abortá-la. Alguns outros ainda contribuíram para estabelecer confusão quanto aos propósitos da Biodança, realizando "festinhas" como sendo sessão de Biodança - Biodança do oba-oba.

A Biodança no Brasil foi muito perseguida durante o final da década de 70 e início dos anos 80. Uma grande parte de seus facilitadores eram psicólogos e muitos sofreram ameaças dos conselhos de psicologia estaduais e do federal, inclusive de perda de diploma. Em meio a esse cenário, muitos a deixaram, chegando a quase esvaziá-la. Ainda assim, três encontros nacionais foram realizados com palestras de Rolando Toro, quando também facilitou sessões de biodança para alunos - um em São Paulo, outro em Belo Horizonte e o terceiro em Brasília.

Dado à conclusão que alguns chegaram sobre sua potência, em abril de 1980 foi definida uma estratégia inicial para a Biodança no Brasil. Hoje já existe uma estratégia mundial dado seu alcance em outros países.

Foi naquele ano que várias pessoas integraram-se à Biodança e que com ela até hoje trabalham. Dentre elas destaca-se o importante trabalho desenvolvido por Cezar Wagner, Ruth Cavalcante e de alguns didatas e facilitadores, para a sistematização e difusão da Biodança no Brasil. Ressalte-se também a forte orientação social da Biodança no Ceará devido aos ideais da Ruth, do Cezar e de outros ativistas sociais. Importante também, tem sido as atividades que vem sendo desenvolvidas por Ruth Cavalcante, uma das responsáveis pela elaboração da teoria da Educação Biocêntrica (surgiu no bojo da Biodança, a partir da visão biocêntrica de mundo, e que encontra-se em desenvolvimento) e sua difusão, inclusive por meio da academia, pós-graduando vários especialistas oriundos de quatro turmas.

Em maio de 1980 Rolando Toro, até então residente em São Paulo, de onde chegou a ir para Brasília, mas, depois retornando a São Paulo, veio para Fortaleza para desenvolver o movimento da Biodança, trazendo a Biodança ao Ceará. àquela época, alunos de Psicologia organizaram uma turma para um curso de Biodança ministrado por Rolando. Rolando, então, residiu em Fortaleza por quatro meses, tempo que realizou diversas viagens a João Pessoa, Natal, Recife, São Luiz, Salvador e Teresina, sempre acompanhado de um advogado para defendê-lo dos ataques dos conselhos de psicologia.

Em 26/05/1980, em Fortaleza, foi realizada reunião para elaboração de toda uma estratégia para o desenvolvimento da Biodança em diversas partes do Brasil, marcando o início da segunda fase da história da Biodança. Sua consolidação de fato foi viabilizada por sua proposta séria, conseqüente, profunda e organizada.

O início de sua implantação deu-se por ocasião de uma maratona de Biodança realizada por Cezar Wagner em dezembro de 1980, na cidade de Recife/PE, que marcou o início do Grupo Pernambucano de Biodança.

O primeiro e importante evento desta fase aconteceu por ocasião do Congresso de Biodança, realizado de 28/01 a 02/02/1981 em Fortaleza, sendo este, na verdade, além de IV Encontro Nacional de Biodança, também, I Congresso Nacional e I Congresso Latino-Americano de Biodança.

Nesse Congresso foram tratados diversos assuntos como: reavaliação das ações de Biodança; criação de grupos e/ou associações; programação dos encontros nordestinos; desenvolvimento sistemático da ação social; formação de facilitadores (carências, possibilidades e viabilidade que resultou na criação no ano seguinte da Escola Nordestina de Biodança). Todos os assuntos estavam relacionados à construção do movimento, à participação das pessoas, à organização, à profundidade, à preocupação científica e social, sendo tudo discutido e resolvido em grupo.

A ALAB enquanto entidade representativa, se impôs a partir de 1981, sendo sua gestão até 1985 conduzida por Rolando Toro como Presidente e por Cézar Wagner, Vice-Presidente, tendo exercido ações essenciais para a Biodança em toda a América Latina alcançar o grau de maturidade que hoje detém. Ressalte-se os períodos de 1989 a 1990, que contou com Maria Lúcia Pessoa na Presidência e com Ruth Cavalcante na Vice-Presidência responsáveis pela articulação necessária para estruturação, organização e criação das escolas de biodança e, de 1991 a 1995, com Cezar Wagner na Presidência.

Essas duas gestões resultaram na integração e expansão da Biodança com a realização de diversos eventos, publicações, sistematização da Teoria da Biodança nos Tomos de Biodança e na publicação dos Catálogos de músicas e exercícios, que levaram à unificação do programa de formação de todas as escolas de biodança.

Nesse esforço de fortalecimento e difusão da Biodança, em março de 1981, foi realizada uma aula aberta sobre Biodança, num encontro de psicoterapia, ocorrido em Recife, e para um grupo de psicólogos de João Pessoa.

Em 1982 Rolando Toro estruturou o modelo operatório e o modelos das vivências em um único modelo teórico.

Também em 1982, foi realizada em Fortaleza, uma mesa redonda sobre os diversos aspectos da Biodança da qual participaram um antropólogo, um advogado, em educador, uma psicóloga e um representante do Conselho Estadual de Psicologia, o qual acabou não tendo mais argumentações de rebate às colocações feitas sobre a Biodança.

Em 19 de outubro de 1982, foi criada, por Rolando Toro e Cezar Wagner, a primeira escola de biodança, a Escola Nordestina de Biodança - ENEB, com sede em Fortaleza. A escolha de Fortaleza deveu-se à sua eqüidistância de todas as capitais nordestinas e, também, por estarem ali, à época, polarizadas as ações de Biodança no Nordeste e de parte do Brasil.

A ENEB resultou do esforço de muitas outras pessoas engajadas no movimento: Índio (de Recife), Ruth Cavalcante, Lia Albuquerque, Sanclair, Rosário, Terezinha Façanha, dentre tantas outras. A escola congregava todos os grupos de biodança do Nordeste. De sua primeira turma formaram-se: Ruth Cavalcante (CE), Terezinha Façanha (CE), Zulmira Bonfim (CE), Gorete (PE), Orlando Rocha (PE), Mira (PE), Tereza (PE), Cláudio (PE), Sanclair (MA) e Nádia (MA).

A Escola funcionava em forma de maratonas, realizadas a cada 45 dias, com a participação de Rolando Toro e de Cezar Wagner e congregou alunos oriundos de todos os estados do Nordeste do Brasil. Sua meta sempre foi sintetizar e consolidar a Biodança no Nordeste, transferir teoria e prática de Biodança a pessoas interessadas, tornar possível a profissionalização do facilitador de Biodança e promover a supervisão aos facilitadores licenciados de Biodança.

O modelo da Escola Nordestina para construção, organização, aprofundamento e expansão da Biodança é adotado até hoje em toda a América Latina.

Rolando Toro, por ocasião da inauguração da ENEB, em carta aos alunos da Escola assim expressou seu sentimento:

"Desde acá, después de esos días de creación y amor, mis recuerdos permanecen encendidos y mis pensamientos se dirigen hacia uds. como hilos tendidos sobre una dulce eternidad.
Quiero comunicarles mi alegría por el trabajo realizado en conjunto. Estamos creando nuevas formas de civilización, donde se restablezca el respecto por la vida, por todo lo que está ahí ofreciéndose para nosotros, los alimentos, la floresta, el mar, los amores. Aprender a percibir eso sin esfuerzo nem ansiedad. Entender que el paraíso es una forma de relación con nuestro cuerpo y com la gente.
Es verdad que estamos cautivos por un sistema de dominación creado por mentes enfermas. Dentro de ese caos de opresión y muerte, luchamos por establecer las realidades básicas de la vida: el nascimiento, la alegría, la convivencia, al Arte, todo aquello que constituye el pulsante sueño mundial de vida. Cada uno de ustedes, al hacerse presente a nuestro llamamiento, pudo conectar con lo inmediato que ofrece la existencia. Al hacerse presentes, brindaron a cada uno de los otros lo mejor de Uds. mismos.
Esta carta no podrá nunca expresar todo el amor que recebí y la confianza que Uds. delegaron en mí, en mi amigo Cezar y en todos los que contribuyeron en la génesis de la Escuela Nordestina de Biodanza. En esa Escuela se realizará la unión del corazón iluminado a la conciencia.
Receban todo mi amor"
Rolando Toro
A partir de 1983, definiu-se as bases e interrelações do modelo operatório da Biodança, passando a extrapolar os limites do grupo regular de Biodança para o estudo de experiências interiores, resultante de estudos desenvolvidos por Rolando Toro sobre vivências do medo e da coragem de enfrentá-lo, por meio de exercícios específicos de auto-expressão. A este trabalho Toro denominou de Projeto Minotauro.

Em 1984, a filha de Rolando Toro, Verônica Toro e seu marido, Raúl Terrén, levaram, pela primeira vez, a Biodança à Europa, na França.

Em 1986, a dificuldade do Cézar Wagner de oferecer supervisão a todos os facilitadores licenciados no Nordeste, por conta da extensão da região, a Escola Nordestina de Biodança considerou ser necessário desmembrar-se em três, que assim ficou: Escola de Biodança da Bahia, Escola de Biodança de Pernambuco e Escola de Biodança do Ceará.

Em 1989, a convite dos amigos Giovanni Salvatti e Emmi Mozzetti-Monterumici para realizar um programa de difusão do sistema Biodança, Rolando Toro decidiu ir morar na Itália para implantar a Biodança na Europa. Em Paris e em Marselha contou com a colaboração de Ana Leila, também formada na Escola de Biodança em Fortaleza.

Em 1990 há algumas modificações no modelo teórico, entre elas o deslocamento da identidade que sai do eixo horizontal passando a permear todo o modelo (vide figura ao final do blog).

A sistematização da teoria da Biodança originou-se na época da Escola Nordestina, resultante de um perseverante e paciente trabalho realizado por Cézar Wagner, iniciado com o recolhimento de inúmeros textos escritos por Rolando Toro que encontravam-se espalhados por toda a América Latina nas mãos de diversas pessoas. Foi um ano de intenso e difícil trabalho. Seu trabalho de sistematização desse material reunido resultou em quinze volumes que constituíram a Teoria da Biodança.

Como material pedagógico para as escolas de biodança foram elaborados Catálogos de Biodança a partir desses volumes e da experiência de alguns facilitadores.

Nosso país é considerado o berço de desenvolvimento da Biodança por ter sido aqui o lugar em que foi amplamente aceita, reconhecida, organizada, expandida e onde sua teoria foi desenvolvida, elaborada e sistematizada.

Em dezembro de 1991 Rolando Toro retornou ao Chile para realizar uma grande maratona de Biodança, marcando o início de sua estruturação naquele país.

Com o tema Biodança, 27 anos depois, realizou-se em Fortaleza, o II Congresso Internacional de Biodança.

Em 1994 foi criada a Escola de Biodança do Piauí.

Também em 1994, o modelo teórico da Biodança é mais uma vez modificado em consonância com os estudos desenvolvidos de que há um continuum do transe entre a consciência intensificada de si mesmo e a regressão à origem (fusão com o cosmo) que, no modelo de 1990, estava representado pela consciência diminuída de si mesmo.

A Biodança vem ganhando espaço, inclusive internacionalmente, por uma estratégia mundial, num esforço de estruturação, organização. É encontrada em toda a América Latina, Europa e África.

Na Europa foram criados grupos de Biodança na Suíça com trabalhos realizados por Gorettie e Allan que tiveram sua formação na Escola Nordestina de Biodança. Mais tarde, consolidou-se a Escola de Formação na Suíça que, posteriormente, foi assumida por Nadia Robin.

Atualmente Rolando Toro é o Presidente da International Biocentric Foundation, com sede na Inglaterra, fundada por ele.

Em 1997, Rolando Toro voltou a residir no Chile. Hoje coordena as atividades do movimento Biodança em todo o mundo. Criou a Escuela Modelo de Biodanza e diversos cursos, entre os quais "Curso de Actualización y Formación de Didactas de Biodanza".

No ano de 2000, é publicada a edição italiana Biodanza e a portuguesa, no Brasil, em 2002.

O primeiro livro publicado por Rolando Toro foi Projeto Minotauro organizado por Eliane Matuk. Atualmente, Claudete Sant'Anna, juntamente com Rolando, cuidam da administração e da coordenação das atividades da Biodança em todo mundo.

A visão biocêntrica de mundo resultou na elaboração do princípio biocêntrico, seu paradigma de sustentação. Essa nova compreensão de mundo vem promovendo mudanças culturais e metodológicas em várias dimensões de atuação do ser humano, influindo no mundo organizacional das empresas - melhorando qualitativamente seus processos relacionais humanos e da própria organização; na pedagogia - que originou a Educação Biocêntrica; nas atividades ligadas à saúde; e, principalmente, na atuação de cada pessoa que dela tenha conhecimento e nela se lance, tornando-se referência para possibilidades de mudanças de comportamento mais saudáveis.

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Ao mestre com carinho
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