quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

CONSELHO MUNDIAL DE CIDADANIA PLANETÁRIA NA REVISTA ECOLÓGICO



Reportagem feita pela Dra. Gislaine a ser publicada na Revista Ecológico 

Entrevistado: Alexandre Sperchi Wahbe (Empreendedor social e diretor geral do Conselho Mundial de Cidadania Planetária)

A ideia nasceu em Pium, Tocantins, e se espalhou pelo mundo afora arrebatando pessoas de bem, redes, instituições nacionais e internacionais que trabalham em prol da humanidade, os chamados cidadãos planetários, guardiões da Terra. Gente que está fazendo a mudança necessária pela transformação e preservação da Terra e a plenitude humana.
O movimento que ainda não tem um ano de vida pretende romper estigmas como aquele lançado por Luther king: “O que mais me preocupa é o silêncio dos bons”. A hora é de dar visibilidade àqueles que persistem em projetos que visam o bem comum, preservar o planeta e implantar uma cultura de paz.

E foi assim que em junho do ano passado, o Conselho Mundial de Cidadania Planetária, em parceria com a Faculdade Antônio Propício Aguiar Franco, de Pium, (município detentor de 50% da Ilha do Bananal), entregou 108 títulos acadêmicos honoríficos de Cidadania Planetária para
empreendedores sociais de nove países e quatro continentes, que atuam em atividades integradas com filosofia, tradições, nova ciência,
espiritualidade pura, ou balizados pela Carta da Terra de 2000.
Para falar sobre esse assunto, a revista ECOLÓGICO conversou com Alexandre Sperchi Wahbe, palestrante, pedagogo, autor de vários livros, ex-apresentador de televisão, diretor geral da Faculdade Antônio Propício Aguiar Franco, presidente da Fundação de Desenvolvimento Sustentável do Cantão e diretor geral do Conselho Mundial de Cidadania Planetária para o primeiro mandato do decênio 2010-2020.

O que é o Conselho Mundial de Cidadania Planetária? É uma entidade vinculada ao Instituto Sinergia e foi criado para garantir e facilitar a
multiplicação das estratégias e ferramentas para promoção de cidadãos planetários já certificados e em potencial por todo o planeta, incrementar as ferramentas para a geração de ações afirmativas correlatas por todo o planeta e salvaguardar a memória dos trabalhos e instituições dos premiados com o título de Cidadania Planetária. Todos os premiados com o título honorífico de Cidadania Planetária pertencerão automaticamente ao Conselho.


O Conselho reconhece a Carta da Terra e suas premissas como ideário e documento de base para suas ações? Sim. A carta é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca
inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada voltado para o bem-estar de toda a
família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação. A Carta da terra se preocupa com a transição para maneiras sustentáveis de vida e desenvolvimento humano sustentável. Integridade ecológica é um tema maior. Entretanto, ela reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis. Consequentemente oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável. O documento é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. Esse projeto começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma demanda global da sociedade civil. Em 2000 a Comissão da Carta da Terra, uma entidade internacional independente, concluiu e divulgou o documento como a carta dos povos. A sua redação envolveu o mais inclusivo e participativo processo associado à criação de uma declaração internacional. A legitimidade do documento foi fortalecida pela adesão de mais de 4.500 organizações, incluindo vários organismos governamentais e organizações internacionais.


Ela é legitimada internacionalmente? Um crescente número de juristas internacionais reconhece que a Carta da Terra está adquirindo um status de lei branca (“soft law”), como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, considerada moralmente, mas não juridicamente obrigatória para os governos que aceitam subscrevê-las e adotá-las, e muitas vezes servem de base para o desenvolvimento de uma lei stritu senso (hard law).


Nesse momento em que é urgentemente necessário mudar a maneira como pensamos e vivemos, a Carta da Terra nos desafia a examinar nossos valores e a escolher um melhor caminho. Alianças internacionais são cada vez mais necessárias, a Carta da Terra nos encoraja a buscar aspectos em comum emmeio à nossa diversidade e adotar uma nova ética global, partilhada por um número crescente de pessoas por todo o mundo. Num momento onde educação para o desenvolvimento sustentável tornou-se essencial, o documento oferece um instrumento educacional muito valioso.

Fale um pouco sobre o projeto “Voo da Águia”.
É a maior estratégia global organizada, justa, transparente, includente e participativa já lançada em nível mundial e visa estabelecer a unidade e a interação com a comunidade de empreendedores sociais/cidadãos planetários que estão fazendo a mudança necessária pela transformação e preservação da Terra. Cada cidadão planetário é um verdadeiro guardião da Terra e merece ser reconhecido, exponenciado e
apoiado. O Voo da Águia representa essa projeção, esse “voo”. No ano passado mapeamos mais 97 cidadãos planetários. Esse ano serão premiados 200 cidadãos planetários de todo o globo através do Voo da Águia 2. A cerimônia vai acontecer entre 23 a 25 de junho, em Palmas, Tocantins, em evento paralelo ao décimo segundo Movimento pela Vida.


Quais os resultados já obtidos pelo Conselho Mundial de Cidadania Planetária? Hoje temos 108 cidadãos planetários mapeados, 33 embaixadores e 15 guardiões da Terra em nove países (Estados Unidos, Brasil, Argentina, Colômbia, Finlândia, Espanha, Alemanha, Índia e Irã) e quatro continentes (Europa, Oceania, Ásia e América). Além disso, já efetivamos importantes petições internacionais, como a defesa dos Tobas e Mapuches na Argentina, a libertação dos sete bahá´ís presos indevidamente no Irã e um pedido de liberdade de expressão dessa comunidade.

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