E aí venho com um pensamento crítico: quem realmente passa fome é porque não tem condições para sua própria produção alimentar ou porque não consegue gerar dinheiro suficiente para adquirir alimento. Se não tem dinheiro, como pode ser diminuída a sua fome? É fato, que a produção em escala barateia os custos, diminui o valor de venda e dá mais acesso a populações mais pobres. Pode até ser que sejam feitas doações para uns tantos. Mas, a que preço? Não me refiro a dinheiro. Refiro-me a consequências biológicas funestas em larga escala e de longo prazo, que geram prejuízos no sistema de saúde, no trabalhador e de volta na produção. Mas, de verdade, acaba com a fome? Ou pelo menos reduz substancialmente a quantidade de pessoas com fome?
O ser humano é dotado de uma inteligência e criatividade tal que, com certeza, se a maioria de nossos objetivos fossem mais humanos, voltados para a comunidade e sociedades, para a preservação e valorização da vida como um todo e com visão de longo prazo, os rumos trilhados pela humanidade e seu futuro seriam bem menos sombrios.
Existem atualmente soluções mais voltadas para as questões humanas e ambientais, do que para o lucro. Sim, porque para a indústria, seu principal objetivo é o lucro que vai para uns poucos. Os interesses restantes vem abaixo do lucro e em função dele é que existem. E mais justo ainda seria se houvesse a distribuição do lucro. Empresas que distribuem seus lucros entre os funcionários perceberam que assim conseguem maior produtividade deles com melhor qualidade e, consequentemente, mais lucro. Menos mal!? O lucro faz parte do processo da sociedade capitalista. Já que não poderemos viver tão cedo numa sociedade humanista e biocêntrica, pelo menos podemos minimizar seus impactos em nossas vidas. Então, o lucro deixa de ser razão de existência para ser consequência de atos pautados na busca de soluções sustentáveis para a comunidade como um todo e de longo prazo, com minimização ao máximo dos impactos causados pela visão capitalista.
É preciso desenvolvermos urgentemente um senso crítico de longo prazo em relação ao que nos é oferecido pela indústria, dentre outros setores produtivos, principalmente por aqueles que visam as populações em massa. As indústrias agrícola e alimentícia, desenvolvem meios de produção que vão de encontro à sustentabilidade da vida numa visão biocêntrica, com a desculpa de que é necessário alimentar grandes quantidades de pessoas para evitar a fome no mundo. Ouvi essa resposta da grande maioria das pessoas de vários graus de conhecimento, com quem conversei sobre o assunto.
O ser humano, fazendo uso de sua inteligência e habilidade criativa, com certeza, pode buscar soluções menos capitalistas e mais biocêntricas para a alimentação, dentre outros segmentos. Há várias idéias, projetos e ações acontecendo e menor escala.
Precisamos ser mais abertos a mudanças, e para melhor. É só buscar, enxergar, aceitar e mudar. Recrie-se, recrie o mundo.
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Aí vai a notícia:
Anvisa aponta risco de antibiótico em frangos
13/04/2009
O uso indiscriminado de antibióticos na produção de frangos preocupa as autoridades sanitárias no Brasil e no mundo por causa da possibilidade de a prática gerar bactérias resistentes a tratamentos - prejudicando também a saúde humana. Um estudo preliminar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicado no início de 2008, encontrou, ainda que em uma minoria de casos, salmonelas (bactérias envolvidas em doenças de transmissão alimentar) resistentes a drogas humanas e veterinárias.
Ressalvadas a baixa incidência do problema e a inexistência de prova científica da relação do uso dos remédios em frangos com o aparecimento de bactérias resistentes em humanos, a própria agência considerou que os resultados são preocupantes, por representar risco à saúde pública, e recentemente resolveu ampliar o monitoramento da produção. "Não sabemos até que ponto a resistência dessas bactérias é natural ou adquirida", afirma Lucas Dantas, gerente de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Anvisa.
O estudo foi conduzido em 14 Estados, com 2.710 amostras de frango analisadas entre 2004 e 2006. Os resultados mostram que 4% das carcaças estavam contaminadas pela bactéria Salmonella spp, problema encontrado principalmente no Sudeste, que concentrou 50% dos casos. Segundo a Anvisa, as espécies mais encontradas foram S. enteritidis, seguidas de S. typhimurium, nas regiões Sudeste, Norte e Centro Oeste. O uso excessivo de antibióticos por humanos, além de outros fatores como a automedicação, as prescrições incorretas e o declínio nas pesquisas de novos remédios do tipo, estão causando uma pandemia de resistência às drogas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/13042009/25/manchetes-anvisa-aponta-risco-antibiotico-frangos.html
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Outra notícia:
A preocupação não é acabar com a fome, nem proporcionar uma alimentação saudável e rica para a população.
O objetivo é aumento do consumo....mais lucro:
Cadaval: Oferecidas cinco toneladas de frango no churrasco para promover consumo
Cinco toneladas de frango no churrasco vão ser distribuídas gratuitamente hoje, no Cadaval, num almoço que se realiza pela segunda vez e que tem por objectivo a promoção do consumo da carne de aves.
"É uma iniciativa que se deve realizar todos os anos porque a carne de aves é um bem nacional produzido com qualidade e ainda por cima barato", disse hoje à Lusa Fernando Correia, produtor e dirigente da Associação Nacional dos Centros de Abate e Indústrias Transformadoras de Carne de Aves (Ancave).
A iniciativa, em que são esperadas quatro mil pessoas, é apoiada pela ANCAVE, Câmara Municipal e a associação local de empresários e integra-se na Semana Gastronómica do Frango do Cadaval.
O município faz parte da região onde se concentra grande parte da produção nacional de aves, disse Fernando Correia.
No ano passado também se pretendia atenuar a redução no consumo provocada pela crise da gripe das aves.
Na altura, e segundo dados da associação, as dúvidas dos consumidores levaram a uma redução no consumo na ordem dos 35 a 40 por cento.
Além do almoço, até 05 de Maio decorre a Semana Gastronómica do Frango, período em que oito de restaurantes apresentarão uma ementa de frango.
Os melhores menus serão depois premiados no âmbito de um concurso gastronómico.
FONTE: www.agroportal.pt/x/**************************************
E essa notícia é mais comum do que se imagina:
A quadrilha usava ******* nos frangos, mesmo deteriorados, para deixá-los com boa aparência. O quilo custava cerca de R$ 2,50 para o consumidor final, que chega a ser cerca de 50% mais barato do que o cobrado normalmente. De acordo com o laudo feito pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, o produto era impróprio para o consumo e nocivo à saúde pública.
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