quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O que fazer na atual crise mundial?

Bem. Em primeiro lugar, há que se pensar: de qual crise se está querendo falar: financeira, ambiental, alimentar, social, cultural...? Pois é, infelizmente devemos ressaltar que há várias crises graves acontecendo concomitantemente. Algumas, com efeitos de curtíssimo prazo, dão "ibope" porque mexem diretamente nos bolsos das pessoas, como a financeira. Outras, com conseqüências, às vezes mais desastrosas ainda para toda a humanidade, não chamam tanto a atenção.

É o que estamos vivendo neste momento. Há alguns dias atrás, antes de explodir no mundo a crise financeira americana, havíamos postado o relatório da WWF que alerta os seres humanos, habitantes do Planeta Terra, para resultados ambientais desastrosos já em 2030, caso continuemos a consumir os recursos naturais e devolver ao planeta imensas quantidades de lixo, desde os perecíveis ou biodegradáveis de curto prazo até os que levam milhares de anos para serem absorvidos pela natureza. Isto é, em 2030 não haverão mais recursos naturais para manutenção da vida em nosso planeta. A leitura que faço de uma notícia dessa é calamitosa e quase nada ouvi nos noticiários sobre o assunto, quase nada ouço nas rodas de conversas.

A questão da fome mundial é outra notícia conhecida nossa de anos e anos, acompanhadas de todas as formas de ferramentas necessárias para sensibilização: imagens, textos, discussões, etc.

Hoje recebi mais uma dessas mensagens instantaneamente chocantes que rodam a Web. Chamo de instantâneas, porque percebo que elas sacodem as pessoas enquanto as lêem e depois passam para o nível do esquecimento, retornando à memória, apenas quando se ouve algum comentário sobre o assunto, para se mostrar que está "por dentro ". A verdade é que a grande maioria está "por fora" de atitudes próprias e individuais que mobilizem uma cadeia de atitudes revolucionárias em nosso comportamento individual e relacional com a vida como um todo.

Precisamos de atitudes já, agora, ontem...sem delegar a outros. Todos nós, sem exceção, somos responsáveis por tudo o que está acontecendo em nossa casa Terra. Então, comece em sua própria casa, consuma somente o que realmente é importante e ecologicamente viável, economize a tão preciosa água, a energia, minimize seu lixo, prefira o que é saudável para todos e para o planeta, se puder prefira o ônibus ou metrô, melhor ainda se puder usar bicicleta ou ir a pé mesmo....são tantas possibilidades que podemos escolher! Basta procurar. A Web está aí para isso, socializar e compartilhar novos e bons conhecimentos. Todos podemos escolher, sempre!

Sobre o texto que comentei, fazendo referência ao autor ali citado (sem garantia), o reproduzo a seguir. É exatamente o que vinha debatendo sobre tudo isso.

Irene Nousiainen


Texto do Vice-Presidente de Criação e sócio da Bullet, Muniz Neto, sobre a crise mundial.

"Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.

Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos e aquela famosa deitada sobre si mesma, pele e osso, com um urubu faminto atrás somente à espera de que seu prato esteja pronto para degustação.

Os slides se sucedem.

Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro.

Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.

São imagens de miséria que comovem.

São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais.

A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.

Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para
sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.

Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários
para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce? Extinguir.

Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.

Não sei como calcularam este número. Mas digamos
que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.

Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.

Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.

É uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.

Se quiser, repasse. Se não, o que importa?

O nosso almoço tá garantido mesmo..."


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