sábado, 28 de julho de 2007

Inscrições - Curso Facilitação de Grupos na Saúde e Educação

O curso terá início em 21 e 22 de setembro, ocorrerá uma vez por mês no CDH em Fortaleza:
sexta-feira de 8:00 às 12:00 e 13:00 às 17:00
sábado de 08:30 às 12:30.

Será ministrado pela psicóloga Fátima Diógenes.
Outras informações, ligar para o CDH - Tel (85) 3267.3961 / 3267.3623

Inscrições - Curso Biodança na Tetralogia dos Animais em Recife

Abertas as inscrições para o curso: Biodança na Tetralogia dos Animais, que acontece no próximo dia 11/08, das 08h às 16h30, sob a coordenação da psicóloga e diretora da Escola de Biodança de Pernambuco, Lúcia Helena Ramos.
O encontro visa apresentar a relação simbólica entre os animais e o homem, que sempre pode ser constatada a partir de pinturas criadas em pedras, cavernas, atraindo estudiosos da Psicologia e Antropologia.
Vagas limitadas.
Participe!

Local: Av. Agamenon Magalhães, 2656, sala 1105, Espinheiro - Pernambuco
Informações e inscrições:
escolabio@hotmail.com/ Tel: (81) 3449 14 47

Citações de pensadores conhecidos

"A mente que se abre a uma idéia jamais voltará ao seu tamanho original"
Albert Einstein

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
Fernando Pessoa

"Não há vantagens em gritar, você descobrirá que a vida é maravilhosa se simplesmente sorrir."

Charles Chaplin

"Seja você o que você quer para o mundo."
Mahatma Gandhi

"A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para futuro."
Jonh Lenon

"Toda unanimidade é burra."

Nelson Rodrigues

"Questionar não é duvidar, questionar é querer saber mais!"
Claudio Crow Quintino

"Existe um meio de tornar isso melhor. Encontre este meio."

Thomas Edson

"Coragem é resistir ao medo, domar o medo. Coragem não é a ausência do medo."
Mark Twain

“Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.”

Mahatma Gandhi

"A verdadeira função do homem é viver, não apenas existir."
Jack London

“A floresta é um organismo peculiar de benevolência ilimitada, que não faz nenhuma exigência para o seu sustento, e fornece generosamente os produtos de sua existência. Ela também abriga todos os seres, inclusive o lenhador que a destrói.”
Buda

“Aproveite o momento.”
Horácio

“Quando nos deparamos com a entrada de uma caverna, somos tomados por um sentimento misto de temor e desejo, temor das trevas, do desconhecido, e desejo de encontrar ali as chaves de mistérios sequer suspeitados.”

Leonardo Da Vinci

“De nada adianta a liberdade se não temos liberdade de errar.”

Mahatma Gandhi

“A alegria de viver e a sua beleza estão intimamente ligados ao fato de que a vida pode
surpreender você.”
Frank Hebert

"O otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo."

Helen Keller

“O começo da aventura de encontrar a si mesmo esta em perder o caminho”.
Joseph Campbell

“Mude. Mude. Mas comece devagar. Porque a direção é mais importante do que a velocidade.”

Edson Marques

"É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas."
Tolstoi

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”

Chico Xavier

"Não viajamos só pelo prazer de ver, mas pelo prazer de contar.”
Blaise Pascal

"O otimista erra tanto quanto o pessimista, mas não sofre por antecipação."
Fernando Sabino

"Nunca ande por caminhos já traçados, pois eles sempre nos levam à lugares onde outros já foram."
Alexander Graham Bell

Grupos de Biodança em Fortaleza

Alguns endereços de grupos de biodança em Fortaleza:
(ligar antes para confirmar a existência do grupo)

Centro de Desenvolvimento Humano - CDH
Rua Marcondes Pereira, 1266, Dionísio Torres, Fortaleza/CE

Tel: (85) 3257.1357
cdhnordeste@gmail.com
No CDH acontecem os seguintes grupos:

Biodança para crianças e adolescentes
Facilitadores: Socorro Diógenes e Reni Dino (supervisionado)
Crianças: às terças-feiras (16 - 18 hs)
Adolescentes: quintas-feiras (18 - 19:30)

Biodança para Adultos
Facilitadora: Luana Mourão
terças-feiras (19:30 - 22 hs)

Biodança para Adultos
Facilitadora: Ruth Cavalcante
quartas-feiras (19 - 21:30)

Instituto Paulo Freire de Estudos Biopsicossociais - IPF/CE
Rua Marcondes Pereira, 1266, Dionísio Torres, Fortaleza/CE
Tel: (85) 3257.1357
Facilitadores: Cézar Wagner e Nila

Espaço Lúmen
R. Bento Albuquerque, 977, Papicu, Fortaleza/CE
Tel: (85) 3234.2461

Espaço Viver
Rua Silva Paulet - Próx Colégio Christus
Tel: (85) 3224.3966
Facilitador: Alberto Pontello

Instituto Gaia Terapias e Estudos Holísticos
Rua José Vilar 964 - Aldeota - 60125000 Fortaleza-Ceará Tel.(85) 3244-6743 / 3224-9770 - gaia@hotmail.com

Facilitadores: Betânia Moura e Marcos Cavalcante

Espaço Renascer
Rua Fonseca Lobo, 297, Aldeota, Fortaleza-Ceará (atrás do DETRAN da Av. Santos Dumont) Tel.(85) 3461.3101
Às 5as feiras - 19:30hs
E-mail: lualstar@uol.com.br
Facilitador: Reni Dino


Movimento de Saúde Mental do Bom Jardim
Grupos Supervisionados (Didata supervisora - Ruth Cavalcante):
Adultos: Reni Dino, Fco. Sobrinho e Tatiana / Sérgio Siebra e Fabrícia
Infantil: Lena Moreira e Aline Souto

Comunidade do Dendê
Facilitadora: Maria da Serra

Regime de Maratona na Taíba
(fim de semana - uma vez por mês)
Facilitadora: Cássia Regina
Para saber programação, ligar para o CDH

ESCOLA DE BIODANÇA DO CEARÁ
Rua Marcondes Pereira, 1266, Dionísio Torres, Fortaleza/CE
Tel: (85) 3257.1357


Para ver todos os posts "Grupos de Biodança" clique aqui


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Inscrições - Curso de Especialização em Educação Biocêntrica

Estão abertas inscrições para nova turma do Curso de Especialização em Educação Biocêntrica que iniciará em setembro/2007, em Fortaleza, com a Universidade Estadual do Ceará.

O curso acontecerá em módulos uma vez por mês:

sextas-feiras de 19 às 22 horas
sábados de 7 às 18 horas
domingos de 7 às 18 horas

Outras informações:
CDH: (85) 3267.3961 e (85) 3267.3623

sábado, 21 de julho de 2007

Discurso do Chefe "Seattle"

Discurso feito pelo Chefe "Seattle"
ao Presidente Franklin Pierce em 1855
(após o Governo dos Estados Unidos ter dado a entender que desejava adquirir o território da Tribo)

O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, o grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa de nossa amizade.
Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.
Minha palavra é como as estrelas - elas não empalidecem.
Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo, cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.
O
homem branco esquece a sua terra natal, quando - depois de morto - vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos da campina, o calor que emana do corpo de um mustang, e o homem - todos pertecem à mesma família.
Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada.

Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar d'água é a voz do pai de meu pai. Os riois são nossos irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão.

Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de a conquistar, ele vai embora, deixa para trás os túmulos de seus antepassados, e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mãe - a terra - e seu irmão - o céu - como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante. Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto.
Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende.
Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das assa de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende; o barulho parece apenas insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou rescendendo a pinheiro.
O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum - os animais, as árvores, o homem.
O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensivel ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro. E se te vendermos nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragância das flores campestres.
Assim pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios) matamos apenas para o sustento de nossa vida.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si.
Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados; para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra - fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.
De uma coisa sabemos. A terra não pertence, ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adoçicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias - eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmos uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode ser isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver, de uma coisa sabemos que o homem branco venha, talvez, um dia descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que o podes possuir do mesmo jeito como desejas possuir nossa terra; mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira e é igual sua piedade para com o homem vermelho e o homem branco. Esta terra é querida por ele, e causar dano à terra é cumular de desprezo o seu criador. Os brancos também vão acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuas poluindo a tua cama e hás de morrer uma noite, sufocado em teus próprios desejos.
Porém, ao perecerem, vocês brilharão com fulgor, abrasados, pela força de Deus que os trouxe a este país e, por algum desígnio especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é para nós um mistério, pois não podemos imaginar como será, quando todos os bisões forem massacrados, os cavalos bravios domados, as brenhas das florestas carregadas de odor de muita gente e a vista das velhas colinas empanada por fios que falam. Onde ficará o emaranhado da mata? Terá acabado. Onde estará a águia? Irá acabar. Restará dar adeus à andorinha e à caça; será o fim da vida e o começo da luta para sobreviver.
Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são para nós ocultos, e por serem ocultos, temos de escolher nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez, possamos viver o nossos últimos dias conforme desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas floresta e praias, porque nós a amamos como ama um recém-nascido o bater do coração de sua mãe.
Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Proteje-a como nós a protegíamos. "Nunca esqueças de como era esta terra quando dela tomaste posse": E com toda a tua força o teu poder e todo o teu coração - conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus nos ama a todos. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, esta terra é por ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.

Mapas e fotos atuais da Região de Duwamish - Washington/EUA, onde até o século IX, habitavam os índios Duwamish e Suquamish - tribos do Cacique "Seattle" e que foi "civilizada" predatoriamente, como sempre, pelo "civilizado" homem "branco".

Chefe Indígena Duwamish - Chefe Seattle

Os índios Duwamish e Suquamish habitavam a região de Puget Sound onde hoje se encontra o Estado americano de Washington - no extremo Noroeste dos Estados Unidos, divisa com o Canadá, estando ao norte dos Estados de Montana, Idaho e Oregon.

No passado, a região habitada pela tribo dos Duwamish e Suquamish era um "paraíso na Terra" e, por isso, inspiradora de uma das mais belas poesias dedicadas à natureza e à vida tecida no discurso do Chefe indígena dos Duwamish e Suquamish dirigido ao Presidente dos Estados Unidos, Franklin Pearce, em 1855.

Com a invasão da civilização "branca" no paraíso dos Duwamish desenvolveu-se na região a cidade de Seattle - daí o nome dado ao Chefe dos Duwamish. A região ainda continua com muitos encantos, embora não mais um paraíso como antes e que infelizmente vem sofrendo graves problemas ecológicos decorrentes de nossa civilização predadora. Os índios Duwamish migraram pelo Puget Sound para a Reserva Port Madison onde estão também enterrados o Chefe dos Duwamish e sua filha.

Existem muitas controvérsias sobre o conteúdo original do discurso. Alguns alegam que ele nem existiu enquanto palavras de um cacique indígena. O primeiro registro escrito de que se tem conhecimento foi feito pelo Dr. Henry Smith, em 1887, no Jornal Seattle Sunday Star. O Dr. Henry haveria publicado suas próprias anotações com comentários sobre o Grande Chefe, que segundo ele, era uma pessoa profundamente impressionante e carismática.

Nos anos de 1970 foram divulgadas várias versões deste discurso em conexão com movimentos ecológicos e a favor da preservação da natureza e o discurso ficou muito conhecido, quase mitificado, ficando de lado as discussões sobre sua originalidade, porquanto seu conteúdo é atual, vivo e extremamente real.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Discurso atualíssimo de Severn Susuki

Quantos anos mais esse discurso será atual?
Você sabe o que fazer. Faça a sua parte.


Discurso de Severn Cullis-Suzuki aos treze anos na ECO-92:
Olá! Eu sou Severn Suzuki. Represento, aqui na ECO, a Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente. Somos um grupo de crianças canadenses, de 12 e 13 anos, tentando fazer a nossa parte, contribuir. Vanessa Sultie, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu. Foi através de muito empenho e dedicação que conseguimos o dinheiro necessário para virmos de tão longe, para dizer a vocês, adultos, que têm que mudar o seu modo de agir.Ao vir aqui, hoje, não preciso disfarçar meu objetivo: estou lutando pelo meu futuro. Não ter garantia quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores. Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir. Estou aqui para defender as crianças que passam fome pelo mundo e cujos apelos não são ouvidos. Estou aqui para falar em nome das incontáveis espécies de animais que estão morrendo em todo o planeta, porque já não têm mais aonde ir. Não podemos mais permanecer ignorados!Eu tenho medo de tomar sol, por causa dos buracos na camada de ozônio. Eu tenho medo de respirar este ar, porque não sei que substâncias químicas o estão contaminando. Eu costumava pescar em Vancouver, com meu pai, até que, recentemente, pescamos um peixe com câncer. E, agora, temos o conhecimento que animais e plantas estão sendo destruídos e extintos dia após dia.Eu sempre sonhei em ver grandes manadas de animais selvagens, selvas e florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas. E, hoje, eu me pergunto se meus filhos vão poder ver tudo isso. Vocês se preocupavam com essas coisas quando tinham a minha idade?Tudo isso acontece bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim, continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções. Sou apenas uma criança e não tenho todas as soluções; mas, quero que saibam que vocês também não as têm.Vocês não sabem como reparar os buracos na camada de ozônio. Vocês não sabem como salvar os peixes das águas poluídas. Vocês não podem ressuscitar os animais extintos. E vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje há desertos. Se vocês não podem recuperar nada disso, por favor, parem de destruir!Aqui, vocês são os representantes de seus governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos; mas, na verdade, vocês são mães e pais, irmãs e irmãos, tias e tios. E todos, também, são filhos.Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 bilhões de pessoas; e que, ao todo, somos 30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo. Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar esta realidade.Sou apenas uma criança, mas sei que esses problemas atingem a todos nós e deveríamos agir como se fôssemos um único mundo rumo a um único objetivo. Estou com raiva, não estou cega e não tenho medo de dizer ao mundo como me sinto.No meu país, geramos tanto desperdício! Compramos e jogamos fora, compramos e jogamos fora, compramos e jogamos fora... E nós, países do Norte, não compartilhamos com os que precisam. Mesmo quando temos mais do que o suficiente, temos medo de perder nossas riquezas, medo de compartilhá-las. No Canadá, temos uma vida privilegiada, com fartura de alimentos, água e moradia. Temos relógios, bicicletas, computadores e aparelhos de TV.Há dois dias, aqui no Brasil, ficamos chocados quando estivemos com crianças que moram nas ruas. Ouçam o que uma delas nos contou: "Eu gostaria de ser rica; e, se o fosse, daria a todas as crianças de rua alimentos, roupas, remédios, moradia, amor e carinho". Se uma criança de rua, que nada tem, ainda deseja compartilhar, por que nós, que tudo temos, somos ainda tão mesquinhos?Não posso deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e que o lugar onde nascemos faz uma grande diferença. Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio. Eu poderia ser uma criança faminta da Somália, ou uma vítima da guerra no Oriente Médio; ou, ainda, uma mendiga na Índia.Sou apenas uma criança; mas, ainda assim, sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a Terra seria!Na escola, desde o jardim da infância, vocês nos ensinaram a sermos bem-comportados. Vocês nos ensinaram a não brigar com as outras crianças, a resolver as coisas da melhor maneira, a respeitar os outros, a arrumar nossas bagunças, a não maltratar outras criaturas, a dividir e a não sermos mesquinhos. Então por que vocês fazem justamente o que nos ensinaram a não fazer?Não esqueçam o motivo de estarem assistindo a estas conferências e para quem vocês estão fazendo isso. Vejam-nos como seus próprios filhos. Vocês estão decidindo em que tipo de mundo nós iremos crescer. Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos dizendo-lhes: "Tudo vai ficar bem, estamos fazendo o melhor que podemos, não é o fim do mundo". Mas, não acredito que possam nos dizer isso. Nós estamos em suas listas de prioridades?Meu pai sempre diz: "Você é aquilo que faz, não o que você diz". Bem... O que vocês fazem, nos faz chorar à noite.Vocês, adultos, dizem que nos amam... Eu desafio vocês: por favor, façam com que suas ações reflitam as suas palavras.Obrigada!"